"É como cortar um pedaço de mim", diz viúva sobre réu confesso foragido
O assassino, Igor César de Lima Oliveira, fugiu depois que ninguém pediu a prisão dele e acabou sendo colocado em regime aberto
“Nada vai trazer o Rafael de volta, mas ver esse cara nas ruas como se nada tivesse acontecido é como arrancar uma parte do meu corpo, dói ver a injustiça, dói poder ver que um homem bom não está mais aqui comigo e com meu filho”. O desabafo é de Karinne Pereira Baron, 24 anos, no décimo dia da terceira fuga do réu confesso pelo assassinato do marido dela, o motorista de aplicativo Rafael Baron, assassinado em 13 de maio deste ano. O assassino, Igor César de Lima Oliveira, de 22 anos, nunca foi preso por este crime e, desde o dia 22 de outubro, está foragido, apesar de ser condenado por um roubo, de 2015.
A liberdade de Igor veio à tona depois que um amigo de Karine o viu na rua. Rapidamente, foi organizado protesto, no dia 24 de junho, quando foi descoberto que nem Polícia Civil nem Ministério Público Estadual haviam solicitado a prisão dele, por ele já estar preso por outra condenação. O problema é que, depois de sequência de erros, o criminoso acabou sendo colocado em liberdade, conquistando a progressão de regime, ao ser autorizado a apenas dormir na casa do albergado, a partir de 18 de outubro deste ano.
Antes mesmo do caso vir a público, em 22 de outubro ele dormiu pela última vez na unidade penal. Depois do protesto, a Justiça determinou que ele voltasse pro regime fechado, houve uma nova determinação de prisão, mas ele já havia fugido. Foi a terceira vez só este ano.
Agora, o mandado de prisão está para ser cumprido pela Delegacia Especializada de Polinter (Sistema de Polícia Interestadual) e Capturas.
Para Karinne, sobra a saudade, enquanto a Justiça não é feita. “Rafael era um homem tão incrível, eu me lembro de quando eu fui para o hospital ganhar o meu filho nós morávamos no Paraná e ele levantava às 4 da manhã para ir trabalhar e voltava às 21h e eu tinha voltado do trabalho e eu estava me sentindo um pouco mal e eu liguei pra ele avisando que Daví ia nascer, ele saiu correndo e foi pra casa se arrumou e me levou pra maternidade, eu pedi pra ele me distrair pra não ficar pensando na dor e ele ficou ali por três horas me abanando e contando histórias me fazendo rir e quando Daví nasceu ele estava tão desengonçado mas não parava de olhar pro nosso filho e agradecer a Deus”, contou ao Campo Grande News.