"Veio me beijar e eu quis matar", diz garoto que matou estudante
Adolescente que estrangulou universitário ainda afirmou: “Gay para mim é verme”
Os adolescentes de 15 anos apreendidos nesta terça-feira pela morte do universitário Lawrence Corrêa Biancão, 20 anos, confessaram o crime e revelaram os motivos: roubo e homofobia. “Ele veio me beijar e eu quis matar”, declarou à imprensa o garoto que atacou o estudante no bando de trás do carro.
Os dois foram apreendidos em casa pela 1ª Delegacia de Polícia Civil. O primeiro, que teria ligado para o acadêmico de publicidade e propaganda para marcar encontro, foi localizado no bairro Vida Nova, e o outro, na rua João Rosa Pires, no Amambaí. O primeiro é a pessoa que os amigos de Lawrence disseram que tinha ligado para ele para marcar o encontro.
De acordo com o delegado responsável pelas investigações, Wellington Oliveira, os adolescentes contaram em detalhes como conheceram Lawrence, porque marcaram encontro, porque o mataram e porque o deixaram no local.
Conforme as declarações dos meninos, um deles conheceu o universitário duas semanas antes do crime na Orla Morena. Segundo ele contou, passava pelo local e Lawrence ‘mexeu’ com ele. Os dois conversaram e trocaram telefones.
Segundo a Polícia, o adolescente, então, conversou com o amigo e eles combinaram que iriam marcar encontro com Lawrence para matá-lo, roubar o carro e levar o veículo para Minas Gerais.
O encontro foi marcado para a madrugada de domingo, no mesmo local em que tinham se conhecido. Os dois adolescentes entraram no Ford Fiesta de Lawrence, deram uma volta na quadra e pararam. Os três se masturbaram e voltaram ao ponto onde tinha se encontrado, segundo o depoimento.
No local, durante a despedida, o adolescente que estava atrás do banco do estudante – o motorista – deu uma gravata nele. Lawrence desmaiou e foi estrangulado com o cinto de segurança, pelos dois garotos. O assassinato foi por volta das 4h.
Segundo o delegado, os assassinos confessos disseram que tentaram tirar do carro o corpo do acadêmico, mas, desistiram porque acharam pesado e verificaram que ali não seria um bom local para deixar o cadáver.
Eles fugiram levando o celular da vítima, documentos, a chave do carro e ainda o aparelho de som. Os objetos foram encontrados na casa de um dos envolvidos, no bairro Amambaí.
Homofobia - “Eles são homofóbicos e ficaram com nojo. Trataram a vítima como um verme. Eles saíram para matar, porque homossexuais eles não são”, declarou o delegado, que com as apreensões, dá como encerrada a investigação. “O trabalho da Polícia está feito, agora cabe ao judiciário”.
A Polícia irá verificar se o veículo havia sido encomendado por alguém de Minas Gerais, porém, afirma que o Estado mineiro não é rota de automóveis roubados.
Crime –Lawrence foi encontrado morto no início da tarde desse domingo (9), dentro do carro dele, com o cinto de segurança no pescoço.
Ele havia saído com amigos na noite de sábado. Estes foram os primeiros a serem ouvidos pela Polícia e declaram que o universitário havia dito o nome de um rapaz que tinha ligado para ele e marcado encontro. Esta pessoa é um dos adolescentes apreendidos.