“Eu esperava que ela me enterrasse, não o contrário”, afirma pai de Gabrielly
Menina de 10 anos morreu durante briga na Escola Estadual Lino Vilachá no Bairro Nova Lima
Muito abalado e chorando quase sem cessar, o pai de Gabrielly Ximenes de Souza de 10 anos, que teve a vida interrompida após ser morta depois de ser agredida na saída da Escola Estadual Lino Villachá no Bairro Nova Lima, afirma aos prantos, durante velório da filha, que perdeu parte de seu coração e da sua vida. “Eu esperava que ela me enterrasse, não o contrário”, clamou.
“Não espero isso pra ninguém. Ela era uma ótima filha e não falo isso só porque ela morreu não. Ela realmente era um amor, muito carinhosa”, disse o caminhoneiro Carlos Roberto Costa de Souza.
O velório da criança aconteceu no cemitério Jardim das Palmeiras, no Bairro Seminário, mesmo local onde foi sepultada nesta manhã (7). Colegas, familiares e amigos de igreja se reuniram em volta do caixão branco, que simboliza a pureza de uma criança, e oraram e cantaram.
A irmã de Gabrielly, Michele Ximenes, 16, a irmã nunca reclamou de nada na escola, muito menos esboçou ser ameaçada ou ter alguma rixa. “Ela tem amigos, e os levava para casa. Ela não era de sair. Era sempre de casa para a escola e vice e versa”, explicou.
O pai ainda lamenta que a irmã mais nova de Gabrielly, Mais de 3 anos ainda não entende o que aconteceu. “Ela acha que a irmã esta dormindo. Ainda pede para acordá-la para irmos embora”, afirma segurando de uma forma quase impossível o choro.
O tio da menina, Célio Vilela de 42 anos, acredita que Gabrielly faleceu por erro médico, pois o socorro demorou cerca de uma hora e meia para chegar e mesmo assim depois de atendida no hospital ela foi liberada. “O Samu demorou demais para chegar e relataram falta de viaturas. Depois na Santa Casa ela foi liberada no mesmo dia, sem nenhuma medicação e ainda com dor”, reclama.
“A agressão, claro causou lesões e as dores, mas acredito que a morte tenha sido negligência no atendimento”, concluiu, afirmando ainda que aguardam o laudo médico para saber realmente a causa da morte para lutar por justiça.
A família ainda acusa a falta de responsabilidade da escola, porque a briga apesar de ocorrer do lado de fora, iniciou dentro da escola. “ Eu espero do fundo do coração que as mães dessas meninas vejam o meu sofrimento e tenham um pouco de afeto, que aconselhem suas filhas a não fazer justiça com as próprias mãos, a não resolverem as coisas assim. Se elas continuarem impunes podem fazer outras vítimas”, disse.