“Só pensava na minha família”, diz motorista sequestrado pelo PCC
O crime aconteceu na madrugada deste domingo (24) e terminou com um dos bandidos morto pela polícia
“Só pedia a Deus que não acontecesse nada, para eu cuidar da minha família”, disse o motorista de aplicativo de 39 anos, feito refém durante roubo de Toyota Etios branco que terminou com um morto.
O crime aconteceu na madrugada deste domingo (24), na Rua Pintassilgo, entrada da favela do Morro do Mandela, em Campo Grande.
Ao Campo Grande News, a vítima detalhou que, foi atender o chamado para uma corrida, em frente a um fast food, na Avenida Afonso Pena.
Lá, Laisa Daiane do Nascimento Silva, 28 anos, e Claudinei da Silva Lopes, 31 anos, entraram no banco de trás, e outro homem ainda não identificado, que foi preso com o carro próximo à Miranda, no banco da frente.
“Ali eu já me assustei um pouco, mas em seguida a mulher disse que tinha comido muito e pediu para abrir a janela”, detalha.
A viagem seguiu. O destino dos passageiros era o Jardim Presidente, região norte de Campo Grande. Porém, no meio do caminho, Laisa pediu para que o motorista parasse o carro para que ela vomitasse.
“Quando parei o carro eles os homens anunciaram o assalto colocando uma arma na minha nuca”, descreve o motorista.
A vítima então foi levada pelo trio até um matagal perto da favela do Morro do Mandela onde foi amarrada. “Um saiu com meu carro enquanto o outro ‘ferrava’ meu psicológico. Já a mulher falava muito ao telefone com alguém e chegou a me dizer que se eu não reagisse iria ficar tudo bem. Só pensava nos meus filhos e na minha esposa”, conta.
Alguém viu a movimentação e passou a denuncia para a polícia. Ao chegar no local, a polícia encontrou o suspeito armado com revólver e a vítima deitada no chão e amarrada.
Os policiais deram ordem de prisão, mas Claudinei desobedeceu fugindo para uma mata. Em seguida, ele disparou duas vezes contra a equipe, segundo registro policial.
Os policiais revidaram e o suspeito acabou baleado. Ele foi socorrido pelos policiais à Santa Casa, mas não resistiu. Conforme a polícia, Claudinei era membro do PCC.
Laisa foi presa em flagrante e contou que precisou participar do assalto, pois estava em divida com a facção. Ela tem passagens por roubo e assassinato do marido. Já o outro comparsa foi preso em Miranda com o carro roubado.