À espera de rim, Santiago voltou sem transplante, mas manteve esperança
Bailarino de 24 anos foi ao PR para exames de compatibilidade para transplante de rim e outra paciente de MS recebeu órgão

O bailarino Santiago Cuella, 24 anos, voltou a Campo Grande ontem (25), depois de curta estadia em Campina Grande do Sul (PR), onde esperava receber transplante de rim. A cirurgia não se realizou, pois outros dois pacientes, que também estava na fila, foram escolhidos.
Esta foi só uma etapa da história do rapaz que, um dia antes, mobilizou apoio nas redes sociais em busca da “carona” para chegar até Paraná a tempo de passar pelos exames que definiram quem seriam os pacientes transplantados.
Entre os dois pacientes que receberam o rim, está Eliete Contine da Silva, 54 anos, de Campo Grande, que permanece no município paranaense, se recuperando da cirurgia. Santiago viajou de Campo Grande até o hospital na companhia dela e outra paciente, Janete Perin.
Na verdade, fiquei com misto de sensações; eu não queria ficar torcendo para dar errado para alguém só para dar certo para mim. Eliete é muito querida, se ela conseguiu, também estou feliz”, disse Santiago.
O rapaz contou que recebe ligação do Hospital Angelina Caron, de Campina Grande do Sul às 8h da quinta-feira (24), pedindo para que ele estivesse na instituição até 20h do mesmo dia. Sem voos previstos, a mãe dele pediu ajuda nas redes sociais, e ficou sabendo da “carona” do Corpo de Bombeiro para as outras duas pessoas.
No processo de escolha, dez pacientes pré-compatíveis são convocados a ir ao Hospital Angelina Caron, em Campina Grande do Sul (PR). Depois, passam por outros exames para avaliar o grau de compatibilidade de cada paciente e, respeitando esta fila, o órgão é transplantado.
Santiago estava em 3º na fila de 6 pessoas, já que outros convocados não foram ao hospital. Antes de chegar a vez dele, houve maior compatibilidade para os outros 2 pacientes.
“Foi a primeira vez que eu fui, conversei com a Eliete, diz que já foi chamada cinco vezes, Janete [outra paciente de MS] umas sete”, contou o rapaz.
Santiago descobriu o problema de saúde há quatros anos, depois de sentir dor de cabeça muito forte e ter ficado com pés muito inchados. Resolveu ir ao posto de saúde depois de sentir extrema dor de cabeça e ter aferido pressão alta.
“Mandaram para nefrologista no Regional, já me internaram”, lembrou. Depois da biópsia e os exames que atestaram o comprometimento dos rins, começou a fazer hemodiálise.
O estudante conta que passou a integrar a lista de espera do estado do Paraná em novembro. A mudança foi ideia da assistente social que o atende, por conta da demora no chamado por hospital de São Paulo.
“Entre na fila há menos de um mês e já me chamaram. Não fiquei triste, nem nada, fiquei animado pela rapidez, na esperança de me chamarem outra vez”, disse.