Ação vai castrar cães e gatos que vivem em escolas municipais da Capital
Subsecretaria da prefeitura de Campo Grande também fará medidas para conscientizar alunos sobre maus-tratos
Cães e gatos que vivem em escolas municipais de Campo Grande serão castrados, a partir desta segunda-feira (7), por meio do Projeto CED nas Escolas. A ação é organizada pela Subea (Subsecretaria do Bem-estar Animal), vinculada à prefeitura municipal.
Em entrevista ao Campo Grande News, o subsecretário-adjunto Bruno Nóbrega explica que os animais serão capturados, castrados em clínicas credenciadas, vacinados contra a raiva e microchipados, para que sejam monitorados. Posteriormente, retornarão ao ambiente onde foram encontrados.
"Eles não vão para nossas feiras de adoção, vamos pegá-los nas escolas, castrá-los, vermifugar e vacinar contra a raiva, para assim, devolvermos para as escolas. Além da esterilização, será feita devolução, dos animais, onde foram criados e vivem, desde pequenos."
A ação se baseia no método CED (captura, esterilização e devolução), utilizado mundialmente desde a década de 1960, que visa a melhorar as condições dos animais já habituados em determinados locais, bem como da população ao redor.
Muitos cães e gatos acabam se reproduzindo em quantidade grande, com sujeira ou zoonose em escolas. Mas, de repente, o diretor tem um carinho por esses animais, ele já é bem cuidado nessas escolas, não há denúncias de maus-tratos."
Segundo ele, foi feita pesquisa nas unidades de ensino, incluindo as Emeis (Escolas Municipais de Educação Infantil) sobre a quantidade de espécimes e se eram dóceis, ou não, o que exigira mais equipamentos de captura.
Conforme a Subea, há, pelo menos, 90 gatos nas unidades de ensino vinculadas ao município, sendo dóceis (60) ou não-dóceis (30). As escolas contempladas também receberão placas, para que haja identificação posterior e mapeamento das políticas públicas.
Além disso, a ação também contará com medidas de conscientização, voltada para os alunos, para que se tornem "futuros tutores" conscientizados e responsáveis, o que também motivará com que os pais ou responsáveis adotem boas práticas de cuidado com os animais.
"A gente quer ter essa conscientização da população, para que a gente desafogue as ONGs, os protetores. A gente incentiva, sempre, cada vez mais, adotar e levar seu 'anjinho de quatro patas'. Temos cães, gatos, filhotes ou adultos", explica Nóbrega.
Políticas públicas - A Subea foi criada pela Segov (Secretaria Municipal de Governo e Relações Institucionais), em dezembro de 2019, pasta vinculada à prefeitura municipal de Campo Grande.
O objetivo da subsecretaria é elaborar e executar diretrizes conforme as Políticas Públicas de Proteção e Defesa dos Animais. "Pela primeira vez na história, tem uma pasta voltada para o bem-estar animal", comenta Nóbrega.
Outras ações são programadas para os próximos meses, tais como a UPA Vet, o abrigo municipal, bem como a manutenção de medidas já estruturas, como o Castra Móvel ou as feiras de adoçaõ do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses).
"A gente tem o projeto Essa Comunidade é o Bicho, que roda regiões mais carentes, ensinando crianças sobre maus-tratos - como denunciar, orientar, para que tenham essa visão. A gente atendeu mais de oito bairros e vai voltar, neste ano. É bacana, a gente vê o carinho das crianças pelos animais e acabam transbordando para os adultos, também."
Devolução ao ambiente - A captura, esterilização e devolução (CED) é utilizada desde 1960 e teve início na Inglaterra, como estratégia de controle populacional de colônias de gatos da região.
Autoridades brasileiras perceberam que as alternativas utilizadas anteriormente, como a captura dos animais e solturas em outras áreas, encaminhamento para abrigos e eutanásia não eram soluções definitivas para o problema e, por isso, há iniciativas semelhantes em todo o País.