Acidentes e “rachas” fazem Agetran instalar radar na Av. Interlagos
Pista larga e com asfalto novo, somada à alta velocidade, criam o cenário de acidentes, colisões e problemas de trânsito na Avenida Interlagos, na região do bairro Coopharádio, em Campo Grande. Por conta do número de acidentes e a possibilidade de rachas no local, a Agetran ativou recentemente um radar próximo a rotatória com a Rua Spipe Calarge.
Alguns moradores ouvidos pelo Campo Grande News questionam o porquê de instalar um radar próximo a rotatória. “O radar é um instrumento de trânsito para organizar o fluxo e também forçar a redução da velocidade”, explica Janine Bruno, diretor de trânsito da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito).
No entanto, a rotatória não estava dando conta do abuso de velocidade dos motoristas, defende a empresária Graziele Martins, de 31 anos. Ela diz que os motoristas que seguem pela Avenida Interlagos sequer reduziam a velocidade para contornar a rotatória.
“A gente está aqui o dia todo e vê que não reduzem a velocidade. Esse redutor veio para ajudar. Quem vem da Interlagos nunca reduz a velocidade. Entravam direto mesmo”, relata Graziele.
A empresária acrescenta que nos últimos quatro meses presenciou um acidente grave no local. “Um carro que vinha pela Interlagos entrou direto e pegou uma moto que já estava na rotatória da Spipe Calarge”.
Quem segue pela Spipe Calarge já está meio habituado a encontrar os “apressados” que seguem pela Interlagos. Por conta disso, os radares foram instalados em frente ao Rádio Clube Campo, nos dois sentidos.
Ainda assim, os moradores dizem que o radar força a redução da velocidade para 50 quilômetros por hora, mas que, ao deixarem a área monitorada pelo equipamento, o motorista acelera e continua forçando os condutores que seguem pela Spipe Calarge a se arriscarem se quiserem passar pela rotatória.
Alex Sandro Arteman Martinez, de 18 anos, possui um pequeno comércio na Avenida Interlagos e conta que, apesar de haverem poucos acidentes, o excesso de velocidade é grande. “O pessoal abusa na velocidade”, disse o jovem.
Ele comenta que durante a noite era comum o barulho de rachas na região. Alex descreve que são normalmente disputa entre motociclistas, na maioria das vezes, aos sábados.
Geografia da infração – O diretor de trânsito da Agetran, Janine Bruno, explicou ao Campo Grande News que a instalação do radar obedece a um estudo técnico, que considera fluxo de veículos, número de acidentes e reclamação dos moradores. “Recebemos diversas demandas pela imprensa e de reclamações feitas à Agetran”.
Ele detalha que a rotatória deveria dar conta da redução de velocidade, mas que os motoristas que seguem pela Avenida Interlagos não respeitam. “É uma guerra ‘rápida’, onde vence quem está correndo mais”, declarou Janine.
Sobre a possibilidade de rachas na região, o diretor de trânsito enumera os motivos que favorecem a ocorrência das disputas de velocidade. “Em todo bairro de Campo Grande é possível verificar uma avenida larga, que acaba convidando o motorista a correr mais. Além disso, nossa cidade é praticamente plana, com linhas retas. Então, tudo isso facilita a ocorrência dos rachas”.
De 2009 até este ano, a Agetran já instalou 140 quebra-molas nos bairros de Campo Grande. Outros equipamentos para redução da velocidade são pistas elevadas e radares.