Acrissul marca Expogrande, mas não "vai brigar com o mundo" por shows
Mesmo com data definida, de 24 de abril a 4 de maio, a maior feira agropecuária do Estado, a Expogrande, ainda não confirmou a agenda de eventos. Os polêmicos shows, que chegaram a ser suspensos em 2012, podem nem acontecer na 76° edição.
Após inúmeros esforços da associação para a realização dos shows, neste ano, se não houver mobilização e apoio da prefeitura e do Estado, a Acrissul não pretende “brigar com o mundo” para que esses eventos aconteçam, como desabafou o presidente da Acrissul (Associação de Criadores de Mato Grosso do Sul), Chico Maia, associação organiza a feira.
“Tem que haver parte política. Não vamos brigar com o mundo, como já fizemos, para manter uma tradição. Todo mundo tem que ter vontade. O interesse é de todos”, disparou o presidente da associação.
A festa não é mais da Acrissul, segundo ele. “É uma festa da cidade. Precisa ter mais envolvimento dos parceiros. Todo mundo tem que ter vontade. Não vou me sacrificar. Mesmo sem os shows, a feira fomenta o agronegócio e esse é o foco”.
Maia garante que já iniciou os trabalhos para conseguir apoio da prefeitura e também do governo do Estado. “Já pedi para secretária da Acrissul agendar uma audiência com o prefeito (Alcides Bernal) e também com o governador (André Pucinelli)”.
Mas apesar de querer shows, Maia é contra o excesso deles, o que ele rotula como “massificação”. “Esta acontecendo uma saturação de shows, de uma forma geral. Na Expogrande são suficientes seis shows durante a feira, não é preciso mais do que isso”.
Negócios- Conforme Maia, cerca de 20 mil animais serão vendidos durante a feira. “A data da feira neste ano, que é no final de abril e não no começo, é uma boa época, já que os bezerros já estarão no desmame. É um momento bom, o mercado está bom, mas estamos com pouca oferta de bezerros, por isso o mercado é que vai dizer quanto será vendido”.
O mercado está bom e será uma boa feira, acredita o presidente da Acrissul. “O importante é a comercialização de produtos, a troca de experiência e o fomento do agronegócio”, finaliza.
Shows- Os shows foram proibidos em 2012 pela Justiça, devido a Lei do Silêncio aprovada pelos vereadores em 2011. Um acordo assinado com o MPE (Ministério Público Estadual) definiu uma série de adaptações para que os shows fossem realizados, como o horário de término, às 23h, barramento acústico, ligações de esgoto, banheiros modernos, e tratamento de dejetos em separado (da exposição de animais).
No entanto, no ano passado, uma mudança na Lei do Silêncio permitiu a realização de shows no Parque de Exposições Laucídio Coelho. A medida incluiu a feira nas exceções da Lei Complementar 8/1996. A festa passou a fazer parte do calendário da cidade.
Conforme Maia, todas as exigências do MPE, exceto o barramento acústico, foram realizadas.