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Capital

Acusado de matar ex-cunhado diz que crime aconteceu para evitar feminicídio

O crime aconteceu no dia 14 de abril de 2017. A vítima, foi morta a tiros em frente a uma tabacaria na av

Mirian Machado | 29/05/2019 10:59
Rafael aguardando depoimento durante julgamento no Tribunal do Júri (Foto: Henrique Kawaminami)
Rafael aguardando depoimento durante julgamento no Tribunal do Júri (Foto: Henrique Kawaminami)

João Rafael Marques da Silva Ferreira, 27 anos, acusado de matar o ex-cunhado Juliano Benites Rodrigues de 23 anos, em abril de 2017, disse durante depoimento no Tribunal do Júri nesta manhã (29) que se sentiu ameaçado após discussão com o rapaz e não queria que irmã fosse a próxima vítima de feminicídio, já que ambos tiveram relacionamento conturbado durante 3 anos. Durante julgamento, Rafael chorou dizendo que está arrependido. “Isso acabou com a minha vida”, afirmou.

O suspeito contou que em datas anteriores ambos já haviam brigado porque em suas palavras, Juliano teria batido na esposa- irmã do acusado- ele teria ido tirar satisfação e brigaram inclusive com agressões físicas. Após esse dia Rafael vinha sendo ameaçado por Juliano, indiretamente pelas redes sociais. O rapaz então comprou uma arma para se defender. “Eu estou preso em um lugar onde tem muitos casos de feminicídio, não queria que minha irmã fosse mais uma [vítima]”, relata.

No dia do crime, por volta das 16h30 Rafael e um colega foram até uma conveniência comprar cerveja e na saída encontraram Juliano. “Ele me viu e levantou. Pegou o telefone como se fosse ligar para alguém. Eu fui até ele e falei que não queria briga, que queria paz. Ele me respondeu que não tinha ideia para mim e que ele era o crime. Aí me senti ameaçado. Sai e voltei para casa”, detalhou ao juiz.

Às 22h a namorada de Rafael passou para busca-lo para saírem e sem que ela percebesse ele escondeu a arma no carro. “Ficamos em uma tabacaria até fechar e por volta das 2h formos para outra. Chegou um amigo que temos em comum e o Juliano avisou ele que me mataria”, contou Rafael aos jurados.

Um amigo da vítima teria pegado um objeto e juntamente com Juliano foram para cima do acusado, momento em que ele pegou a arma, entrou e luta corporal com Juliano e em seguida fez o primeiro disparo. Ao sair correndo deu mais outros dois tiros, segundo ele, sem olhar para trás. “Fui para casa contei para minha mãe e fugi para me esconder, no caminho joguei a arma em um córrego”.

A ex mulher da vítima e irmã do acusado falou durante depoimento como testemunha que o relacionamento com a vítima era muito conturbado. Foram três anos juntos entre idas e vindas, praticamente todas marcadas por violência psicológica e física. Ambos tiveram uma filha, hoje com quatro anos.

O acusado, Rafael, Já tem passagens por homicídio, o qual segundo ele foi absolvido, passagem por assalto o qual foi condenado a 5 anos e 7 meses, destes ficou preso por dois anos e outra quando menor por porte irregular de arma de fogo.

Movimentação da funerária no local onde ocorreu o crime (Foto: Direto das Ruas)
Movimentação da funerária no local onde ocorreu o crime (Foto: Direto das Ruas)

Crime- O crime aconteceu no dia 14 de abril de 2017. A vítima Juliano Benites Rodrigues foi morta a tiros em frente a uma tabacaria na avenida dos Cafezais, região do Bairro Paulo Coelho Machado. Ele estava em frente a tabacaria quando foi surpreendido por dois homens em uma motocicleta vermelha. O garupa desceu e disparou vários tiros, que acertaram Juliano. Após o crime, os atiradores fugiram.

Juliano foi atingido com pelo menos três tiros. Testemunhas relataram à polícia, que o suspeito é João Rafael Marques Ferreira, conhecido como Grilo, ex-cunhado de Juliano. Ainda segundo relatos, há pelo menos trinta dias, Grilo vinha ameaçando a vítima por causa de uma briga entre os dois.

O suspeito estava escondido em uma casa, no Jardim Canguru. Ele foi preso 200 dias após o crime por investigadores da 5ª Delegacia de Polícia. Rafael estava com mandado a prisão preventiva decretada pela 2ª Vara de Justiça Capital.

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