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Capital

Adolescente morto a tiros em boate esperou mãe dormir para sair de casa

Crime aconteceu na Avenida Marajoara, no Jardim Centro Oeste, na madrugada deste sábado

Geisy Garnes e Mirian Machado | 20/01/2018 09:37
Boate em que o crime aconteceu (Foto: Saul Schramm)
Boate em que o crime aconteceu (Foto: Saul Schramm)

Às 4h30 da manhã a mãe do adolescente Sérgio Henrique foi acordada por uma desconhecida. Ao atender o portão descobriu que o filho caçula, de 14 anos, havia sido morto a tiros em uma boate no Jardim Centro Oeste. Minutos antes, ela dormia acreditando que o menino estava em casa, deitado em sua cama.

O adolescente foi atingido por três tiros na madrugada deste sábado, durante uma briga que aconteceu dentro da casa de shows em que estava com os amigos, a The Doctor - localizada na Avenida Marajoara.

“Ela dorme cedo, não sabia que ele tinha saído, pensou que ele estava em casa”, narrou a tia do adolescente, que pediu para não se identificar. Extremamente abalada, a mãe de Sérgio não quis conversar com a equipe de reportagem, ainda assim, ela, o irmão, a cunhada, um dos filhos e o pai do menino, acompanharam todo o trabalho da polícia nesta manhã.

Segundo a tia, Sérgio era um menino tranquilo, sempre ia a igreja e não tinha o costume de sair. “Foi a primeira vez que ele foi nessa boate, convidado por um amigo”, contou. Para a família, testemunhas contaram uma versão diferente dá repassada a polícia. “Falaram que ele estava dançando com os amigos quando de repente escutaram os disparos, ele percebeu que tinha sido atingido e caiu”, lembrou a tia.

Para a polícia, testemunhas relataram que o adolescente teria se envolvido em uma briga, após paquerar uma menina que também estava na festa. “Nessa mesma noite teve outras duas brigas, em nenhuma meu sobrinho estava envolvido”, defendeu a mulher, que afirmou ainda que o corpo da vítima foi retirado de dentro da boate e deixado na calçada. 

Marcas de sangue foram encontradas no asfalto (Foto: Saul Schramm)
Marcas de sangue foram encontradas no asfalto (Foto: Saul Schramm)

Diante da dor de perder Sérgio, a família questiona como o menino conseguiu entrar na boate com apenas 14 anos. Entre as testemunhas, o discurso é o mesmo, o local sempre é frequentado por adolescente. “Tinha crianças que estavam na boate, de 11 e 12 anos. Eles tem segurança, dizem que fazem revista, como uma pessoa entra armada então, se tem segurança?”.

The Doctor - Em frente a boate marcas de sangue no asfalto lembram o crime. Para quem mora na região, a morte era “previsível” diante do frequente número de brigas e da quantidade de adolescentes que vão as festas no local. “Aí é cheio de menor, tem festa quase todos os dias da semana, já presenciei várias brigas”, relatou uma moradora de 70 anos.

“Onde tem criança sem juízo acontece isso mesmo, Tá na hora de fechar, antes que acontece de novo”, afirmou a aposentada, mora com a filha ao lado da casa de shows. O Campo Grande News tentou contato com os proprietários da boate por telefone, mas não obteve sucesso. No local, a equipe percebeu movimentação, mas não foi atendida por nenhum funcionário.

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