Advogado diz que morte de garoto é momento de dor também para agressores
Wesner morreu após ficar 11 dias internado por conta de 'brincadeira' com mangueira de ar em lava jato
A defesa de Thiago Giovanni Demarco Sena, 20 anos, e Willian Henrique Larrea, 30 anos, afirmou que a morte de Wesner Moreira da Silva, 17 anos, na tarde desta terça-feira (14), é um momento de dor também para os dois rapazes que o agrediram.
“O momento é de dor para todos, tanto para a família do menino, quanto para a dos rapazes, e para eles mesmo", disse Francisco Guedes Neto.
Questionado sobre o caso da morte agravar situação de seus clientes, Guedes preferiu não se prolongar, solicitando que a equipe retorne a ligação na próxima semana, quando “este momento de tristeza para todos passar”.
Morte - Wesner teve uma hemorragia grave e uma parada cardiorespiratória. Segundo a assessoria de imprensa da Santa Casa, onde o adolescente de 17 anos estava internado há 11 dias, ele morreu às 13h35 desta terça-feira (14) depois que médicos tentaram reanimá-lo por 45 minutos.
No período em que esteve internado, o adolescente já havia passado por dois procedimentos cirúrgicos após perder metade do intestino grosso em decorrência da agressão.
Em termos técnicos, Wesner morreu após sofrer um choque hipovolêmico (grande sangramento na região toráxica) seguida de parada cardiorespiratória.
Ainda conforme a assessoria do hospital, até ontem, Wesner estava em uma das enfermarias e o quadro de saúde era considerado estável, embora médicos não tenham dado previsão de alta.
Hoje pela manhã, entretanto, ele vomitou e com suspeita de hemorragia interna foi encaminhado para a ala vermelha do hospital onde passou por uma endoscopia. Pouco tempo depois de fazer o exame, ele sofreu a parada cardíaca.
Há a suspeita de que a hemorragia seja em decorrência de uma lesão grave no esôfago, detectada pelo exame. Contudo, a causa certa da morte, segundo a assessoria de imprensa do hospital, só será determinada pelo médico legista.
Pessoas de bem - Em entrevista ao Campo Grande News,na última quinta-feira (9), o advogado disse que os clientes são “pessoas de bem”, que estão arrependidos e, para eles, o que houve com o adolescente foi resultado de mais uma brincadeira de muitas que já estavam acostumados a fazer.
“Brincadeira era comum entre eles. Essa foi mais uma delas. Portanto, não houve a intenção de uma lesioná-lo ou muito menos a intenção de matar o menino”, considerou.
Para finalizar, o advogado reforçou que os clientes não são bandidos. “Eles estão arrependidos, receosos com a opinião pública, por conta dos clientes do lava jato e até mesmo por parte da família do menino. Os dois são pessoas de bem, não são delinquentes”, diz.
Thiago e Willian não são considerados foragidos, pois não pedido de prisão contra os rapazes, porém, o paradeiro da dupla é desconhecido.