Advogado preso com LSD em presídio diz que cobrou R$ 150, mas não sabia de droga
Nesta quinta, advogado ganhou liberdade provisória, com medidas cautelares definidas pela Justiça
Advogado de 36 anos preso com 633 adesivos de LSD, ao tentar passar pela revista do Estabelecimento Penal Feminino “Irmã Irma Zorzi”, em Campo Grande, nesta quarta-feira (17), disse que recebeu R$ 150 de um casal, mas não sabia da existência da droga. Após audiência de custódia nesta quinta-feira (18), ele ganhou liberdade provisória com medidas cautelares definidas pela Justiça.
O caso foi registrado nesta quarta, por volta das 10h15, durante a revista nos pertences levados pelo profissional para serem entregues a uma interna. O advogado apresentou materiais de higiene pessoal e roupas.
De acordo com a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), os materiais foram submetidos ao exame de raio-x, sendo observada uma irregularidade. Então foi feita uma revista manual, quando os policiais penais perceberam que o cós de uma calça jeans estava diferente do habitual e com volume maior.
Depois de feito um corte na calça, os policiais penais localizaram 633 papéis alaranjados com LSD, com peso total de sete gramas. Diante do flagrante, o advogado foi informado que deveria acompanhar os policiais até a delegacia, mas em um momento de descuido, conseguiu abrir a porta de acesso do presídio para a rua e tentou fuga.
O homem foi perseguido e alcançado. Ele ainda tentou se desvencilhar desferindo socos nos servidores, mas foi contido e algemado. Após a detenção do suspeito, a OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil Seccional de Mato Grosso do Sul) foi chamada para acompanhar a ocorrência.
Inicialmente, a polícia acreditou que a droga seria a K4, droga sintética 100 vezes mais potente que a maconha. No entanto, levada para a Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico), foi constatado que seriam adesivos de LSD.
Em interrogatório para a polícia, o advogado disse que na terça-feira (16), recebeu uma ligação às 15h de alguém que se identificou como prima da detenta e questionou se ele poderia levar os pertences. Ele afirma que perguntou quais seriam, tendo ela dito que roupas e produtos de higiene pessoal. O advogado então aceitou e cobrou R$ 150 pela diligência.
No mesmo dia, encontrou com a mulher na Rua Spipe Calarge. Ela chegou na garupa de uma motocicleta conduzida por um homem. Ele alega que questionou sobre existência de algum ilícito, mas a mulher disse que não havia. Mesmo assim, conferiu e não viu nada de anormal. O casal pagou o combinado e foi embora.
O advogado foi para casa com os pertences e, na manhã do dia seguinte, quarta-feira, por volta de 10h, foi ao presídio entregar. Quando a polícia localizou a droga, alegou que entrou em desespero por não saber de que havia drogas e tentou fugir do local.
Ele passou por audiência de custódia na manhã desta quinta-feira (18) e ganhou liberdade provisória pela Justiça. Foram impostas medidas cautelares como a proibição de acesso a qualquer presídio do Estado e também de manter contato ou se aproximar das partes envolvidas.