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Capital

Advogado preso com LSD em presídio diz que cobrou R$ 150, mas não sabia de droga

Nesta quinta, advogado ganhou liberdade provisória, com medidas cautelares definidas pela Justiça

Dayene Paz | 18/11/2021 09:47
Papeizinhos estavam escondidos no cós de uma calça jeans. (Foto: Agepen/Divulgação)
Papeizinhos estavam escondidos no cós de uma calça jeans. (Foto: Agepen/Divulgação)

Advogado de 36 anos preso com 633 adesivos de LSD, ao tentar passar pela revista do Estabelecimento Penal Feminino “Irmã Irma Zorzi”, em Campo Grande, nesta quarta-feira (17), disse que recebeu R$ 150 de um casal, mas não sabia da existência da droga. Após audiência de custódia nesta quinta-feira (18), ele ganhou liberdade provisória com medidas cautelares definidas pela Justiça.

O caso foi registrado nesta quarta, por volta das 10h15, durante a revista nos pertences levados pelo profissional para serem entregues a uma interna. O advogado apresentou materiais de higiene pessoal e roupas.

De acordo com a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), os materiais foram submetidos ao exame de raio-x, sendo observada uma irregularidade. Então foi feita uma revista manual, quando os policiais penais perceberam que o cós de uma calça jeans estava diferente do habitual e com volume maior.

Depois de feito um corte na calça, os policiais penais localizaram 633 papéis alaranjados com LSD, com peso total de sete gramas. Diante do flagrante, o advogado foi informado que deveria acompanhar os policiais até a delegacia, mas em um momento de descuido, conseguiu abrir a porta de acesso do presídio para a rua e tentou fuga.

O homem foi perseguido e alcançado. Ele ainda tentou se desvencilhar desferindo socos nos servidores, mas foi contido e algemado. Após a detenção do suspeito, a OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil Seccional de Mato Grosso do Sul) foi chamada para acompanhar a ocorrência.

Inicialmente, a polícia acreditou que a droga seria a K4, droga sintética 100 vezes mais potente que a maconha. No entanto, levada para a Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico), foi constatado que seriam adesivos de LSD.

Em interrogatório para a polícia, o advogado disse que na terça-feira (16), recebeu uma ligação às 15h de alguém que se identificou como prima da detenta e questionou se ele poderia levar os pertences. Ele afirma que perguntou quais seriam, tendo ela dito que roupas e produtos de higiene pessoal. O advogado então aceitou e cobrou R$ 150 pela diligência.

No mesmo dia, encontrou com a mulher na Rua Spipe Calarge. Ela chegou na garupa de uma motocicleta conduzida por um homem. Ele alega que questionou sobre existência de algum ilícito, mas a mulher disse que não havia. Mesmo assim, conferiu e não viu nada de anormal. O casal pagou o combinado e foi embora.

O advogado foi para casa com os pertences e, na manhã do dia seguinte, quarta-feira, por volta de 10h, foi ao presídio entregar. Quando a polícia localizou a droga, alegou que entrou em desespero por não saber de que havia drogas e tentou fugir do local.

Ele passou por audiência de custódia na manhã desta quinta-feira (18) e ganhou liberdade provisória pela Justiça. Foram impostas medidas cautelares como a proibição de acesso a qualquer presídio do Estado e também de manter contato ou se aproximar das partes envolvidas.

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