Agentes entram em greve e Prefeitura cortará ponto
Sindicato quer salário de R$ 2 mil para os agentes
Os agentes de saúde e epidemiológicos de Campo Grande iniciaram greve nesta quarta-feira (4) exigindo o cumprimento de uma legislação federal que melhora a remuneração e as condições de trabalho.
Conforme o diretor de políticas institucionais do sindicato que representa a categoria, Amado Cheikh, de 49 anos, o movimento foi definido em assembleia de trabalhadores e não há previsão para o retorno das atividades.
O Sintesp, que organiza o movimento, explica que a categoria passou por um processo de negociação com a Prefeitura, mas não houve avanço. Na tentativa de melhorar o salário de R$ 700, os agentes passaram a colher assinaturas de moradores. Conforme o sindicalista, 10 mil nomes já foram contabilizados.
A reivindicação principal é de 0,9% do orçamento municipal para os agentes de saúde pública e epidemiológica. Segundo o sindicato, o repasse possibilitaria salários de quase R$ 2 mil aos 900 agentes de saúde.
Em nota, a Prefeitura informou que não reconhece a greve e que irá cortar o ponto dos grevistas. “Considero um crime o que estão fazendo, justamente neste momento em que a população mais necessita dos serviços prestados por estes servidores”, afirma o prefeito Nelsinho Trad em relação à prevenção da dengue e leishmaniose.
Diferente do sindicato, ele alega que as negociações estavam sendo levadas com naturalidade e a bom termo. “Em nenhum momento deixamos de responder às reivindicações dos servidores. É totalmente inexplicável esse movimento. Esses atos e a falta de compromisso dos servidores para com a população terão conseqüências graves em suas fichas funcionais”, ameaça o prefeito.
Segundo a nota oficial, o ponto dos servidores que aderirem o movimento será cortado “sem qualquer possibilidade de reparação posterior”. O prefeito informou também que a paralisação será levada à Justiça e os grevistas terão que arcar com as consequências.