Aluna que contou à diretora sobre estupro será monitorada por rede de apoio
Ao saber sobre o fato relatado pela criança, a diretora acionou a Polícia Militar e o Conselho Tutelar
A criança de 5 anos que contou à diretora da escola, no Bairro Moreninhas, sobre o abuso sexual cometido pelo pelo padrasto será monitorada por rede de apoio, composto pelo Cras (Centro de Referência de Assistência Social) e Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), em Campo Grande.
Conforme o 4º Conselho Tutelar da região Bandeira, a mãe da criança contou que o abuso aconteceu quando ainda era casada com o suspeito, com quem tem outra filha de pouco mais de 1 ano. Ela relatou ainda que a menina não tem mais contato com o padrasto e pretende se mudar com as filhas para Minas Gerais.
Segundo a mulher, à época que aconteceram os fatos, vivia em Chapecó, Santa Catarina. Na ocasião, a família dela teria a desencorajado a registrar boletim de ocorrência na delegacia. Ontem, a criança falou sobre o assunto na escola e a diretora acionou a Polícia Militar. O caso segue sob investigação da DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente).
Quanto às queimaduras de cigarro feitas pela mãe e também denunciadas pela criança, as conselheiras disseram que não havia mais marcas no corpo da menina e o caso também será investigado pela Polícia Civil. A criança fez a denúncia na escola justamente no mês da campanha Maio Laranja, período em que as ações educativas e de orientação sobre o abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes são intensificadas.
Providência - Por nota, a Semed (Secretaria Municipal de Educação) informou que a unidade escolar, no Bairro Moreninhas, tomou as devidas providências. A professora, ao identificar marcas no corpo da criança, comunicou a direção escolar, que solicitou a presença da mãe para averiguação e registro em ata de todos os relatos.
O caso foi comunicado e encaminhado junto aos registros da escola para o Conselho Tutelar, que deverá tomar as providências cabíveis. Ainda, existe o Setor de Acompanhamento de Conflitos Relacionados à Evasão e Violência Escolar, responsável por realizar periodicamente cursos de formação continuada com diretores e coordenadores, para que saibam identificar os casos de abusos e violência e realizarem as denúncias aos órgãos competentes.
Caso - Conforme as informações obtidas pela reportagem, a Polícia Militar foi acionada pela diretora da escola na manhã de ontem. No local, a diretora contou que, há poucos dias, a criança chegou na unidade com queimaduras de bituca de cigarro. Questionada, contou ter sido a mãe que a queimou. Na ocasião, a diretora registrou o fato em ata escolar.
Na terça-feira (9), ao sair do banheiro, a criança disse para a professora que estava sentindo dores nas partes íntimas e que "não seria de agora". A professora, então, perguntou se alguém a teria tocado, quando a menina respondeu que seria o tio [o padrasto]. Ainda na unidade escolar, a Polícia Militar conversou com a mãe, que afirmou ouvir o relato de dores da filha desde que morava em Santa Catarina.