Andarilho incendiou 19 veículos para se vingar de comerciantes
O morador de rua preso no último sábado (16), Estevão de Oliveira Alves, 32 anos, confessou à polícia que incendiou os veículos para se vingar dos proprietários das lojas onde ele costumava dormir. No total, desde a quarta-feira da semana passada, quando começaram os atentados, foram 19 veículos danificados em Campo Grande, segundo o secretário de Justiça e Segurança Pública, Wantuir Jacini.
A Polícia descarta qualquer envolvimento de uma facção criminosa surgida nos presídios de São Paulo com os ataques a veículos registrados desde a madrugada de quarta-feira na região central e áreas nobres de Campo Grande. O envolvimento de um policial mililtar também foi totalmente descartado.
De acordo com o secretário, 95% das provas apontam que o morador de rua é o autor de todos os atentados. “Ele não assumiu as tentativas do começo da semana, por isso precisamos de mais provas materiais para ter 100% de certeza”, afirmou Jacini.
Em depoimento, Estevão afirmou à polícia que ele estava revoltado com os comerciantes que sempre o enxotavam dos locais onde escolhia para se abrigar. Por outro lado, os proprietários das lojas onde o andarilho costumava dormir reclamavam que ele fazia as necessidades fisiológicas nas calçadas dos imóveis.
Estevão confessou ter queimado 7 veículos, sendo duas Hilux, uma Montana, um Gol, a camionete que vendia frutas na Praça das Araras e dois caminhões tipo munk, todos na região central de Campo Grande. Ele veio de Ponta Porã e será indiciado pelos incêndios criminosos.
O andarilho já tinha passagens pela Polícia por ameaça e perturbação ao sossego alheio. Ele foi detido na rua General Sampaio, na Vila Planalto, depois de incendiar dois caminhões em uma empresa de engenharia no mesmo bairro e levado ao Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros).
Com isso, o secretário de Justiça e Segurança Pública destaca que foi ação de aproveitador. Em depoimento, o andarilho também admitiu que começou com a onda de ataques depois que viu a repercussão dos ataques em São Paulo e Santa Catarina. A primeira suspeita da polícia era de que os autores estavam em uma moto, mas Jacini afirma que essa informação nunca foi confirmada.
Interior - Segundo Jacini, os atentados de Sidrolândia, Terenos e Três Lagoas ainda estão sendo investigados para esclarecer se há ligação com os crimes ocorridos em Campo Grande. A perícia junta dados sobre os fatos para saber se o modus operandi é o mesmo.
Na noite de ontem, foi incendiado um Monza que estava estacionado na rua rua Irmãos Cameschi, no bairro Parque São Carlos, em Três Lagoas. As chamas destruíram completamente o veículo e os moradores na região disseram à Polícia que não ouviram nada suspeito e também não viram nenhuma movimentação no local.
No sábado à noite, um Uno foi encontrado incendiado em uma ribanceira às margens da BR-262, no município de Terenos. O proprietário do veículo ainda não foi localizado. Segundo o serectário, a suspeita é de que o incêndio tenha sido acidental.
Com isso, as polícias Civil e Militar retomam a rotina, porém, o secretário afirma que o trabalho de inteligência continua em cima da atuação de facções criminosas no Estado.