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Capital

Apesar de furtos e roubos constantes, megaoperação é novidade na Ceasa

Desde às 14h de ontem (22), a PM está mobilizada em busca da arma perdida de um policial militar que fazia bico na Ceasa

Viviane Oliveira e Bruna Kaspary | 23/01/2019 10:36
Movimentação em um dos boxes na manhã de hoje, pós-operação (Foto: Bruno Kaspary)
Movimentação em um dos boxes na manhã de hoje, pós-operação (Foto: Bruno Kaspary)

Os proprietários de boxes do Ceasa (Central de Abastecimento de Mato Grosso do Sul) afirmam que apesar de furtos e roubos constantes na região, megaoperação igual a que foi realizada nas primeiras horas do dia desta quarta-feira (23) é novidade no local.

Desde às 14h de ontem (22), a Polícia Militar está completamente mobilizada em busca da arma perdida de um policial militar que fazia bico na Ceasa. Participaram homens do 9º Batalhão, da 11ª Companhia, do Batalhão de Polícia Militar de Trânsito e do Batalhão de Choque. A pistola não foi encontrada. 

Há 20 anos no local, o vendedor José Andrade, 46 anos, contou que apesar dos constantes roubos e furtos no Centro de Abastecimento nunca havia visto uma operação tão grande quanto a de ontem. “A gente chegou a solicitar um posto da PM aqui dentro, mas a resposta foi negativa”, relata.

Ele afirma que em razão da gravidade da situação, os comerciantes se juntaram e contrataram uma empresa privada de segurança. “Contratamos no ano passado. Com a presença dos seguranças durante o dia, a quantidade de furtos diminuiu um pouco, mas não acabou. José relembra o caso de uma cliente que foi assaltada duas vezes em curto intervalo de tempo e acabou contratando segurança particular para não ser mais vítima de ladrões.

Segundo o gerente Joaquim Bruno Gavioli, 34 anos, os ladrões sabem exatamente o horário que os seguranças saem para fazer as rondas, que acontecem a cada meia-hora. “Nesse intervalo eles aproveitam e entram aqui para cometerem furtos, roubos e aplicarem até golpes. Eles praticam crimes desde furtos de caixotes de madeiras até grandes roubos”, conta.

Joaquim relata episódio em que uma cliente foi roubada quatro vezes, três delas pelo mesmo ladrão. O maior problema aqui é que não há controle de quem entra e sai. “Tem gente que vem fazer diária só para observar a movimentação, saber como as coisas funcionam e depois retorna para cometer o crime”, reclama. 

No local, o comentário é de que o policial fazia a segurança de um proprietário de boxe, quando foi ao banheiro e esqueceu a arma lá. O gerente-administrativo do pavilhão do produtor, Edmílson Bandeira, foi indicado por testemunhas como patrão do PM. Ele negou a informação, mas contou detalhes de como o policial perdeu a arma. "Por volta das 5h30 de ontem (22), o policial foi ao banheiro da Coop-grande, tirou a arma da cintura, a colocou no chão e acabou esquecendo o objeto lá. Às 9h, ele sentiu falta da pistola e voltou ao local. Porém, a arma já havia sumido", relata. O nome do policial não foi informado. 

Operação - A operação, que começou às 3h30 (horário de abertura da Central de Abastecimento) e terminou 5h30, abordou 750 pessoas e 450 veículos que chegavam no Ceasa ou passavam pela rua. Três homens com mandados de prisão em aberto foram presos durante a ação. A central fica na Rua Antônio Rahe, no Conjunto Residencial Mata do Jacinto, localizado na saída para Cuiabá, em Campo Grande.

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