Após enxurrada, segunda é de faxina e medo de novo temporal destruir tudo
Depois da tempestade de ontem, moradores aproveitam manhã ensolarada para limpar residência e colocar móveis para secar
Após a enxurrada também invadir residências no bairro Aero Rancho, segunda-feira (15) é marcada por faxina e medo de novo temporal destruir tudo dentro de casa. A chuva de ontem (14), deixou rastros de destruição e está tirando o sossego dos moradores da região sul de Campo Grande.
A reportagem esteve na rua Gruta do Maquiné, onde encontrou moradores terminando a faxina do “pós-chuva”. Numa das casas, mora a doméstica Juscilene Nascimento, 40, que estava organizando a residência. “Água subiu rápido, veio a lama e foi desespero total. Começamos a limpar ontem e terminamos hoje de manhã. Já tinha alagado outras vezes, mas nunca chegou nesse nível, de entrar na casa”, diz.
Há 30 anos no bairro, Juscilene vive na casa com três filho e uma nora. Na residência, os cômodos mais afetados pela enxurrada foram a sala, cozinha e banheiro que ficaram tomados pela sujeira. Ao notarem a água entrando, a família se juntou e conseguiu salvar boa parte da móveis. “Conseguimos erguer as coisas e puxar a água. Perdemos apenas o sofá”, conta a moradora.
A rua onde mora não é asfaltada e Juscilene recorda que, por conta disso, antigamente a água da chuva não invadia das casas. “Depois foram jogando cascalho, o nível da rua elevou e as residências ficaram numa parte mais baixa, passando a alagar tudo”.
Agora com os ânimos menos exaltados, fica a aflição e agonia de outra tempestade. “Nosso medo é que outra chuva dessa aconteça novamente. Não é toda vez que estamos em casa para socorrer as coisas”.
Por isso, ela pede mais atenção da Sisep (Secretaria Municipal De Infraestrutura e Serviços Públicos). “Tem que dar mais atenção pra gente. Há muito tempo ninguém vem aqui, nem fala nada sobre asfaltar essa rua”.
Prejuízo em dobro – Quem também está sofrendo a situação é Cristiane da Silva França, 34, que perdeu tudo após o alagamento. Há uma semana no local, ela alugou a residência por R$ 700,00 para morar com os seis filhos, de 8, 10, 11, 15, 17 e 19 anos. Ontem, a família entrou em pânico ao ver de perto o poder da chuva.
“Foi desesperador, ficamos alagados e a água batia na canela. Esperamos a chuva passar um pouco e fomos nos abrigar na casa de um primo, que mora perto aqui”.
Nesta manhã, Cristiane e os filhos maiores retornaram à residência para salvar o que conseguirem e retirar a mudança do local. “O proprietário não informou que alagava, pedi meu dinheiro de volta e preciso de mudar ainda hoje”.
Agora sem mantimentos, roupas, guarda-roupas e até geladeira, restou apenas retirar a única cama da família de dentro da casa para aproveitar o sol na tentativa de secar o móvel. “O pouco que estávamos tentando construir acabou tudo. Se puderem nos ajudar com doações”.
Quem puder ajudar Juscilene pode entrar em contato através do telefone (67) 9 8209-9881.
Ainda no Aero Rancho, na rua Ibicaré, sobrou os vestígios do temporal de ontem. Apesar dos moradores não estarem no local, foi possível ver móveis como cama, cadeira e até sofá sujos jogados no quintal das residências.