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Capital

Após incêndio em centro de umbanda, protesto vai pedir respeito

Fernanda Yafusso | 11/03/2016 18:29
Claudineia mostra como ficou a sala do terreiro após o incêndio (Foto Marcos Ermínio)
Claudineia mostra como ficou a sala do terreiro após o incêndio (Foto Marcos Ermínio)
Local onde ficam objetos utilizados durante os trabalhos no terreiro não foi prejudicado pelo fogo (Foto Marcos Ermínio)
Local onde ficam objetos utilizados durante os trabalhos no terreiro não foi prejudicado pelo fogo (Foto Marcos Ermínio)

Depois do incêndio ocorrido na madrugada de quarta-feira (09) em um centro de Umbanda, no bairro Tijuca, seguidores organizam para sábado (12) um protesto na Praça do Preto Velho, no Jardim Paulista, contra a intolerância religiosa.

O incêndio só foi descoberto pela responsável pelo terreiro na noite de ontem. Claudineia da Silva Cezario, 43 anos, não mora no local, e quando chegou tudo já estava queimado. Segundo a mãe de santo, as pessoas que colocaram fogo no imóvel entraram pelo telhado.

"As telhas estavam quebradas e provavelmente foi por lá que eles entraram. Quando o fogo se alastrou, toda a parte esquerda da sala ficou queimada e todos os meus pertences foram destruídos", conta.

Claudineia, que mora há 18 anos no bairro e há sete montou o terreiro, explica que nunca houve um caso do tipo na região. No local existem outros quatro centros de Umbanda e Candomblé, que frequentemente são invadidos para saques, porém nunca para foram incendiados, garante.

Na avaliação dela, o fogo pode ser uma reação depois do caso do menino de 4 anos que foi torturado durante rituais de magia negra, "Isso foi um ato de pura maldade, esses dias o tio do menino falou que torturava ele por causa da magia negra. Imagina se todo mundo achar que somos iguais e fizer isso nas casas? Não sei se o incêndio foi por esse motivo, porque a polícia vai investigar. Mas e se for? Não podemos generalizar", explica.

A umbandista diz que não tem como saber ainda de quanto foi o prejuízo, mas entre os itens queimados estão capas de tecido, que as entidades usam durante os trabalhos, chapéus e prateleiras com perfumes, utilizados também para oferendas às entidades. Os trabalhos serão suspensos temporariamente.

O presidente da FECAMS (Federação dos Cultos Afro-Brasileiros e Ameríndios de MS), Iraci Barbosa dos Santos, lembra que o protesto será a partir das 15hs na Praça do Preto Velho, contra o incêndio ocorrido na casa de umbanda.

"Não sabemos se foi ou não intolerância religiosa, até porque a polícia ainda está investigando. Mas isso não pode acontecer", comenta.

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