Após pressão de colega, juiz volta atrás sobre 'condomínio de luxo'
Não é hoje que Campo Grande terá de volta uma rua pública que teria sido tomada da cidade deliberadamente por moradores de área nobre. O juiz Fernando Paes de Campos, da 3ª Vara de Fazenda e Registros Públicos, derrubou nesta sexta-feira (5) liminar dele próprio para demolir as guaritas do Condomínio Nahima Park, nos altos da Avenida Afonso Pena.
A reversão da decisão foi confirmada pelo oficial de Justiça Mario Rodrigues Junior, que esteve no local mais cedo para avisar da necessidade do cumprimento da liminar. A ordem inicial havia sido dada em favor da Prefeitura de Campo Grande, que ingressou com ação para desobstruir o lagradouro pública, depois que o morador Humberto Sávio Abussaf Figueiró fez denúncia sobre a existência do "condomínio ilegal".
Campos decidiu suspender a liminar por cinco dias. A decisão teria saído após longa conversa, por telefone, com o também juiz Carlos Garcete, morador do ‘condomínio’, e com advogados da associação que estiveram na sala do magistrado da 3ª Vara de Fazenda.
A presidente da Associação dos Moradores do Condomínio Nahima Park, Andreia Xavier Leteriello, confirma que Garcete conversou com o oficial de Justiça sobre o assunto, mas apenas enquanto morador e para se inteirar do assunto. O TJ (Tribunal de Justiça) foi acionado pelo Campo Grande News e se comprometeu a averiguar a situação antes de dar um posicionamento oficial.
Segundo Andreia, Figueiró iniciou a confusão porque estaria discordando de pagar uma taxa de condomínio de R$ 1,5 mil mensais. “Isto é implicância de um morador com a associação, porque ele nos deve R$ 30 mil”.
Até o momento, não foram informados os argumentos do juiz para rever a própria liminar, constando apenas que ele pretende analisar um pedido de reconsideração apresentado pelos moradores. Garcete, segundo a presidente da associação, não estaria mais no condomínio nesta tarde.
Matéria editada às 16h23 para acréscimo de informações.