“Aqui seus direitos”, diz policial ao agredir mulher em saída de balada
Jovem garante que ficou parcialmente surda e que amiga acabou desacordada por uso de gás de pimenta
Circula pelos aplicativos de mensagens um vídeo que mostra quando policial militar agride jovem com toalha molhada e dá um tapa no rosto da garota e a lança no chão. A ação aconteceu na madrugada do último domingo (16), em frente a Arena Green Hall, localizada na Avenida Tamandaré em Campo Grande.
O Campo Grande News encontrou com a jovem, de 20 anos, que já havia passado por atendimento na Corregedoria da Polícia Militar e aguarda pelo exame de Corpo de Delito.
Segundo ela, todos estavam pacificamente em frente à casa noturna, localizado na Avenida Tamandaré, na espera do carro por aplicativo ou comendo lanche no trailer montado ali, quando a equipe da PM os surpreendeu.
“Estávamos sentados no meio-fio, havia algumas pessoas lanchando na barraquinha ou esperando o carro. Os policiais chegaram, com spray de pimenta, deliberadamente, começaram a atacar com toalhas molhadas e tudo mais. Até que um se aproximou e mandou eu sair da frente, respondi que sabia dos meus direitos, que podia estar ali. A resposta dele foi: ‘aqui seus direitos’, me deu um tapa forte na cabeça e ainda me puxou pelo braço para me jogar no chão”, relata a moça, que pediu para ter o nome preservado.
Mesmo ferida, ela pensou em não denunciar o caso porque era a versão do contra contra a palavra dos policiais.
Só que horas depois, a mãe dela recebeu o vídeo e a identificou sendo agredida violentamente. “Eu e o pai dela nunca precisamos bater nela. Não estava fazendo nada de errado, foi até de carona para voltar em segurança. É revoltante ver aquele vídeo! Policial é para manter a ordem, com abordagem padrão, com mão para cima e revista, não já partindo para agressão. Agora minha filha está sem escutar do lado que levou o tapa”, diz a mãe da vítima, de 35 anos.
Ainda segundo a jovem, uma das amigas chegou a ficar desacordada por causa do spray de pimenta. “Foi um desespero! Quando nosso carro chegou, ajudamos nossa amiga a sair dali e fomos embora. Até pensei em não registrar nada, mas minha mãe insistiu, principalmente depois do vídeo provando que não tinha motivo para aquela atitude”, termina a jovem.
Juntas, mãe e filha foram atendidas na 5ª Delegacia de Polícia Civil e depois ouvidas na Corregedoria. A reportagem entrou em contato com a Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, mas até o fechamento da matéria não houve retorno.
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