Ar-condicionado queima e tenda contra dengue ainda não funciona
Após uma semana montada na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Vila Almeida, a tenda cedida pelo Exército para ajudar na hidratação de pacientes com suspeita de dengue deveria entrar em operação nesta quarta-feira (16), porém, o ar-condicionado que garante a climatização do espaço queimou e não há previsão para que o hospital de campanha do local entre em funcionamento.
De acordo com a diretora de Assistência a Saúde da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), Rosimeire Arias Lima, o Exército já foi informado sobre o problema e deve providenciar a troca do equipamento nos próximos dias. Ela explica que o problema foi detectado no momento em que funcionários da UPA foram ligar o ar-condicionado, por volta das 8 horas.
No entanto, após uma hora, o ambiente ainda continuava quente. Ela explicou, ainda que o correto é ligar o aparelho às 4 horas para que a tenda esteja apta a receber os pacientes às 8 horas. O espaço conta com dez leitos, no entanto, Rosimeire afirmou que foram montados 15 na tenda.
Ela garantiu que ninguém ficou sem atendimento devido aos leitos inoperantes, já que as salas destinadas a hidratação na UPA estão suprindo a demanda. Rosimeire ainda destacou que o pico da epidemia de dengue, que este ano também trouxe a zika e o chikungunya, deve ocorrer na segunda quinzena de janeiro.
"Para evitar esse quadro a população precisa cooperar e fazer sua parte", diz. Caso a demanda seja maior do que o esperado, ela ressalta que a prefeitura cogita abrir mais leitos em outros sete postos de saúde, como no Tiradentes e Moreninhas.
Apesar de ter sido montada na semana passada, a tenda que está no estacionamento da UPA do Vila Almeida ainda não conta com uma equipe de trabalho para prestar o atendimento à população, além de parte da estrutura física, como os banheiros químicos. "Precisa ter estrutura de iluminação e recursos humanos", destaca Rosimeire.
Ela garantiu que tão logo o ar-condicionado seja trocado, a prefeitura irá disponibilizar a equipe e concluir os de talhes na estrutura física. A rampa de acesso que seria instalada para facilitar o trânsito de pacientes até a tenda também já foi descartada. "Ali não terá atendimento a pacientes graves. Dá para usar o acesso que existe", destaca.
Já na segunda tenda montada na Capital, localizada na UPA do Bairro Universitário, o atendimento teve início nesta segunda-feira, porém, o ar-condicionado montado no espaço está sendo insuficiente e a tenda, que conta com 12 leitos, não foi climatizada de forma adequada, mesmo com a instalação de mais dois ventiladores.
Para solucionar o problema, o Exército avisou a Sesau, que está providenciando mais dois equipamentos de 36 mil BTUs cada. No local também ainda não foram disponibilizados banheiros químicos. Quatro pias foram instaladas para a higienização.
A operadora de caixa Roberta Tatiane Candoia, 36, foi uma das duas pessoas que receberam hidratação na manhã desta segunda-feira, na tenda da UPA do Universitário. Moradora no Jardim Colibri, ela conta que contraiu dengue pela terceira vez.
Com febre e sentindo dores no corpo, ela permaneceu pelo menos duas horas na hidratação enquanto os profissionais coletaram amostras de sangue para a realização do hemograma. O exame é feito no Labcen (Labvoratório Central) e disponibilizado on line para a unidade de saúde.
No total, cinco pessoas com suspeitas de dengue passaram pela UPA do Universitário até o final da manhã. Duas foram atendidas na tenda e as demais liberadas para hidratação oral em casa. Já na Vila Almeida foram cinco notificações esta manhã.
Segundo Rosimeire Arias, de janeiro até o momento as notificações de suspeitas de dengue já somam 9.448. Quanto ao zika vírus, o número totaliza 112 e da chikungunya, 89 notificações. Rosimeire revela que há pelo menos um mês e meio o Ministério da Saúde não disponibiliza os kits para o diagnóstico rápido da doença, poré, ela ressalta que, para o paciente, o importante é o hemograma, que tem sido feito normalmente pelo Labcen.