Assassino confessa: deu mata-leão, matou e estuprou Carla no quarto
Na primeira versão, na terça-feira (14), relevou que havia bebido e só se lembrava de acordar ao lado do corpo
O servente de pedreiro Marcos André Vilalba Carvalho, de 21 anos, mudou o depoimento à polícia e revelou detalhes de como matou a vizinha Carla Santana Magalhães, de 25 anos. Ao confessar o crime pela primeira vez, na terça-feira (14), falou que havia bebido e só se lembrava de acordar ao lado do corpo, mas que "só podia ter sido ele" o assassino.
Dois dias após de ser preso, Marcos André decidiu contar como realmente rendeu, assassinou e estuprou Carla depois de morta. Conforme apurado pela equipe de reportagem, na noite do dia 30 de junho o servente de pedreiro imobilizou a vizinha com um mata-leão assim que ela chegou em casa e a arrastou para dentro do próprio terreno.
Marcos levou Carla até o quarto, a golpe até que desmaiasse e a matou. Para isso, usou uma faca que tinha em casa. Na nova versão, o servente de pedreiro afirmou que deu uma facada na lateral do pescoço da jovem, o que causou sangramento intenso e por isso a arrastou até o banheiro.
O exame necroscópico feito no corpo encontrou grande corte, além de cinco perfurações do lado esquerdo e uma no direito, no pescoço de Carla. Mas, Marcos só relatou o primeiro golpe. Relevou que depois de deixar a mulher no banheiro, limpou o quarto e saiu de casa, foi até o patrão para pedir cadeado para o portão, pois havia perdido o que tinha horas antes e estava preocupado de deixar destrancado.
Por causa do horário, o patrão sequer mandou Marcos entrar, só avisou que ajudaria com o cadeado no dia seguinte. Ele então voltou para casa, tirou a roupa de Carla e lavou o corpo. Como a vítima ainda sangrava, decidiu amarrar um lençol no pescoço, para cobrir o ferimento. Ali no banheiro, a estuprou.
Depois de violar o corpo, levou a vítima para o quarto, enrolou em um cobertor e a colocou de baixo da cama. Segundo o preso, Carla ficou no mesmo lugar até a madrugada do dia 2 para 3 de julho, quando percebeu que o movimento da rua e na casa da própria vítima, havia diminuído.
Nos dias que se passaram, do assassinato até o momento em que abandonou o corpo na varanda de um bar a poucos metros da casa, viveu normalmente. Trabalhou e dormiu na mesma cama em que escondia sua vítima. Só resolveu tirar Carla dali, revelou, quando começou a sentir o cheiro de decomposição muito forte.
A crueldade em cada detalhe do crime continua até mesmo depois da prisão de Marcos. Quando foi abordado pela primeira vez pela polícia, já como suspeito de envolvimento no crime, carregava um pedaço de tecido com sangue no bolso. Foi por conta disso que militares do Batalhão de Choque entraram na casa de Marcos e encontraram o lençol sujo de sangue, o mesmo usado para enrolar o pescoço de Carla.
Ele também mostrou o tecido para policiais da DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crime de Homicídio) e relatou, com naturalidade, que o sangue era seu mesmo, consequência do uso de um objeto feito por ele mesmo para se masturbar. No entanto, os policiais encontraram resíduos de sangue por vários cômodos da casa e só depois disso, o servente de pedreiro começou a confessar o assassinato.
Falou que dias antes cumprimentou a vizinha e foi ignorado, por isso, ficou com raiva da mulher. No depoimento, afirmou ainda que o corpo pesava menos que os sacos de cimento que carregava nos ombros em obras.
Preso preventivamente, Marcos aguarda para ser transferido para um dos presídios de Campo Grande. Ele responde por homicídio qualificado porque dificultou a defesa da vítima e feminicídio.