Autores de assalto no Tarumã tinham “informações privilegiadas”, diz delegado
Autores de assalto no qual mãe e filha foram amarradas por criminosos foram informados sobre existência de cofre na residência das vítimas; duas pessoas já foram presas
O assalto a uma residência no Tarumã, no qual duas mulheres com idades de 56 e 21 anos foram feitas reféns na manhã de segunda-feira (19), foi motivado por “informações privilegiadas” que chegaram aos criminosos. A informação é do delegado Reginaldo Salomão, da Derf (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos), ao apresentar nesta quarta-feira (21) duas pessoas presas sob acusação de participarem do crime –e que integrariam um grupo com mais pessoas, cujas identidades já são conhecidas e que atuariam de forma organizada em outros crimes do gênero em Campo Grande.
Isla Cardoso Pereira, 21, e Paulo Henrique Neponucena Viana, 24, foram presos na tarde de terça-feira (20) em uma casa no Los Angeles (também no sul da cidade). Com eles, foram encontrados diversos produtos que seriam provenientes de um furto cometido no mesmo dia do crime investigado, também no Tarumã.
Salomão informou que os bandidos tinham “informações privilegiadas de que, na casa no Tarumã, havia um cofre com dólares e joias. Porém, ao chegarem no local, não havia nada disso”. Eles mantiveram as moradoras, que são mãe e filha, como reféns. Elas foram amarradas com fios arrancados de um ventilador e um abajur e de carregador de celular, bem como serem cobertas com edredons.
Durante o crime, três bandidos, conforme as vítimas, questionaram sobre a existência do cofre e de ouro, itens que afirmaram não terem posse. Ao fim, os bandidos fugiram com um Fiat Uno de cor prata e vários objetos, como relógios e óculos.
Partilha – Investigadores da Derf descobriram que a quadrilha –que teria outras pessoas participando– estava na casa do Los Angeles repartindo os bens oriundos de crimes. Segundo o delegado, Paulo Henrique havia contatado uma pessoa na fronteira que tinha interesse no Fiat Uno, enquanto os demais criminosos dividiriam o “lucro” dos bens guardados no cofre e das joias –que não existiam. Com eles, também foi encontrada uma arma de fogo.
A ação dos policiais resultou na prisão de Paulo Henrique e de Isla, porém, acredita-se que outros membros da quadrilha conseguiram escapar momentos antes da ação –incluindo o terceiro assaltante que invadiu a casa das vítimas no Tarumã. No esconderijo, havia até comida quente, que seria de outros envolvidos.
As autoridades mantém as buscas aos demais criminosos e aos pertences das vítimas –caso do carro, que não foi encontrado. Salomão orienta a população para que seja mais discreta em relação às posses, a fim de evitar problemas. “Um amigo de infância não precisa saber que você tem um cofre em casa”, disse, referindo-se às supostas informações.
De acordo com a polícia, o grupo sob investigação atuava em “núcleos”, escolhendo diferentes regiões da cidade para agir. Eles cometeriam vários crimes em um bairro antes de seguir para outro.
Entre os presos, Isla é suspeito de participar do roubo a um motorista do aplicativo Uber em 31 de janeiro, no Jardim Tijuca, quando a vítima foi abandonada na saída para Sidrolândia, nas imediações da MS Gás.