Avisados sobre despejo, invasores de área ameaçam resistir
Invasores da área no bairro Jardim das Hortênsias prometem um protesto simbólico na quinta-feira pela manhã, data prevista para ser cumprida a ordem de retirada dos morados e os barracos dali.
Eles alegam não ter para onde ir se for cumprida a ordem e que estão planejando ficar na rua, como sinal de protesto. “Se eles querem que deixamos o terreno, vamos ficar na rua, na rua eles não podem tirar a gente a força”, promete um dos invasores, o pedreiro Luiz Carlos Morais, de 32 anos.
Segundo a maioria dos instalados ali, eles querem a atenção do prefeito Alcides Bernal (PP), para uma solução para as mais de 310 famílias instaladas na área. “Quase todos aqui votaram nele, não queremos nenhum tipo de confronto ou violência”, completa o pedreiro.
Enquanto alguns prometem não reagir e evitar o confronto, outros são mais veementes em seus discursos. “Não irei abandonar meu barraco, se forem passar as máquinas, vão passar por cima de mim e dos meus filhos”, promete a autônoma, Cristiane da Silva Martins, de 29 anos.
Outros moradores do acampamento prometem reagir caso seja usado a força física para retirá-los do local. “Se vier com rebeldia, encostar em nossos filhos e mulheres não ficaremos parados”, avisa outro morador.
Um oficial de justiça foi até o local com policiais da Força Tática para intimar os moradores e dar o prazo de quinta-feira pela manhã para eles saírem. Sobre o prefeito ou algum representante conversar com eles, a informação confirmada pelos invasores é de que um homem se identificou como assessor dias atrás e conversou com eles. Mas ao final da conversa apenas recomendou eles saírem.
O prefeito Alcides Bernal já avisou que pessoas que invadem área serão impedidas de ser contempladas em programas habitacionais. Conforme a legislação diz que invasores de áreas públicas não podem ser contemplados nos programas num período de dois anos.
Em todos os casos de invasões na Capital, Bernal tomou medidas judiciais para reintegração, e afirmou que vai tomar cuidado para “não cometer injustiça”.