Beatriz Dobashi revela plano de transformar Santa Casa em fundação
Mecanismo permitirá captar mais recursos e melhor gestão, diz secretária
Em entrevista concedida nesta quinta-feira, a secretária estadual de Saúde, Beatriz Dobashi, revelou a possibilidade da transformação jurídica da Santa Casa de hospital privado beneficente para fundação.
Segundo ela, o mecanismo, que tem de ser feito até 2013, prazo de encerramento da gestão da junta interventora, permitirá captar mais recursos e melhorar a gestão no hospital.
Dobashi engrossou o coro: o colapso no maior hospital público de Mato Grosso do Sul é a falta de recursos e problemas pontuais de gestão.
“O problema na Santa Casa não é único e se refere a todo o sistema de Saúde em Campo Grande”, explicou.
“A Santa Casa tem de aceitar ser regulada e o Samu também. E o Hospital Universitário tem de cumprir o que foi pactuado”, disse Dobashi, fazendo referência que a regulação dos órgãos poderia ajudar a melhorar a crise na Saúde no Estado, além de indicar que o HU não estaria cumprindo em Campo Grande acordo que determina atendimento de casos de ortopedia de menor intensidade, ou seja, fraturas menos complexas.
Cardiologia - A titular da Secretaria Estadual de Saúde também comentou sobre a situação de alguns setores da Santa Casa, como o de cardiologia, que tem reforma orçada em R$ 450 mil, mas com obras paradas.
A secretária explicou o caso. Disse que um problema na reforma do pronto-socorro acabou por interromper as obras na UTI Coronariana.
Dobashi falou ainda da situação do setor de oncologia que, segundo ela, é um dos maiores problemas ainda na Santa Casa por conta da terceirização.
Esse tipo de prestação de serviços foi bastante criticada. Mas, segundo a secretaria já diminuiu bastante na Santa Casa. "Só a oncologia ainda depende basicamente da terceirização", diz.
Reunião - Encontro na tarde desta quinta-feira na sede da Santa Casa discutiu as próximas medidas para resolver o caos na unidade. Participaram da reunião membros da junta interventora, o prefeito de Campo Grande, Nelson Trad Filho (PMDB), o deputado federal, Luiz Henrique Mandetta (DEM), os secretários estadual e municipal de Saúde, Beatriz Dobashi e Leandro Mazina, respectivamente; os vereadores da Capital Loester Nunes (PDT) e Jamal Salem (PR), além dos procuradores do MPF (Ministério Público Federal), Felipe Fritz, e do MPE (Ministério Público Estadual), Mauri Valentin Risiotti.