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Capital

Bebê com hérnia aguarda há quase 8 meses na fila de hospital por cirurgia

Segundo relato da mãe, não há leito nem profissional disponível para realizar o procedimento cirúgico

Idaicy Solano | 16/04/2023 10:38
Fernanda segura exames com o diagnóstico da criança. (Foto: Idaicy Solano)
Fernanda segura exames com o diagnóstico da criança. (Foto: Idaicy Solano)

A dona de casa Fernanda Sian de Oliveira, 34 anos, está há quase oito meses fila de espera do Hospital Regional para operar o filho, de 11 meses. A criança foi diagnosticada com hérnia inguinal direita aos três meses de idade. Segundo relato da mãe, não há vaga na CTI (Centro de Terapia Intensiva) pediátrica nem cirurgião disponível.

De acordo com Fernanda, a luta do pequeno começou desde o parto. A criança chorava muito, passava mal o tempo inteiro, e a família corria até as unidades de saúde, mas ninguém sabia dizer para ela a causa. Aos três meses de idade, após bancar exames particulares, a criança foi diagnosticada com a hérnia.  “De la pra cá, tem sofrido muito, ele sente muita dor”.

Quando a criança passa mal, a dona de casa precisa ir para o pronto socorro do hospital para que o filho seja medicado com morfina, única forma de aliviar a dor. Fernanda explica que nem sempre pode levar o filho para receber atendimento médico, pois a família não tem carro e nem condições financeiras para locomoção. Quando não há outra opção, a mãe resume em apenas uma frase: "Ele fica a noite inteira chorando".

A rotina de Fernanda consiste em dar assistência ao filho 24h por dia, pois a criança pode passar mal a qualquer momento. Os episódios incluem dores intensas, vômitos, diarreias e falta de apetite. "É difícil! Tem dia que ele esta bem brincando, mas tem dias que só chora, não come, não mama, só fica com dor”, resume.

Fernanda mostra os laudos, cirurgias e o pedido de vaga para cicurgia de correção da hérnia no Hospital Regional. (Foto: Idaicy Solano)
Fernanda mostra os laudos, cirurgias e o pedido de vaga para cicurgia de correção da hérnia no Hospital Regional. (Foto: Idaicy Solano)

A criança está atualmente com 11 meses, mas pesa apenas oito quilos, o mesmo peso que tinha aos quatro meses de idade. Fernanda explica que, por conta da hérnia, o filho não consegue ganhar peso, além de não desenvolver outras atividades comuns da idade. "Agora que ele começou a engatinhar. Ele esforça mais a outra [perna esquerda] por causa da dor. Se ele fica o dia inteiro engatinhando, fica bem inchado, por causa do esforço que ele faz”.

A cirurgia de correção que Fernanda aguarda para o filho custa em torno de R$ 6 mil. Sem condições de bancar, a família depende da liberação da vaga pelo Hospital Regional. "Se ela [a hérnia] encarcerar ou se ela estrangular vira cirurgia de risco pra ele, que é pequeno", explica. "Ele vai precisar chegar morrendo para ser operado?", questiona a mãe.

A reportagem entrou em contato com o Hospital Regional, que se limitou a dizer que "contamos com uma equipe médica e assistencial altamente capacitada a fim de que cada paciente tenha um atendimento de qualidade, de acordo com a sua necessidade".

#matéria atualizada às 13h30 para correção de informação.

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