Bolo de santo casamenteiro dobra de peso e ganha mais 500 alianças
O peso dobrou, o número de alianças quase triplicou e a procura pelo bolo de Santo Antônio leva uma multidão à igreja Matriz de Campo Grande neste sábado, feriado em homenagem ao padroeiro da cidade. Para atender as aspirações matrimoniais, o pároco Odair Costa explica que o bolo foi redimensionado. No ano passado, foram 800 quilos e 300 alianças. Nesta edição ,a receita aumentou para 1,5 toneladas e 800 alianças. “A procura foi maior”, conta o sacerdote.
Segundo ele, as pessoas buscam a graça de Deus e nesse cenário se inclui o casamento. “Tem muita gente buscando, desde os mais jovem até o mais velho”, conta.
Primeira a conseguir uma das disputadas alianças, Sônia Maria Schiano, 54 anos, se separou há dois anos e pretende casar de novo. “Estou surpresa, não esperava”, conta a devota, que há muitos anos aproveita a data para comprar o bolo.
Já o primeiro pedaço ficou com Luzia Morenoto, 53 anos, que chegou à igreja às 5h30. “Sou muito devota de Santo Antônio e consigo tudo que peço”, diz. Casada há 32 anos, ela conta que fez peripécias para conseguir o amado. Sobrou para o santo, que ficou de cabeça para baixo e até teve o menino Jesus retirado dos braços.
Com cinco pedaços de bolo, Adelaide Vieira, 69 anos, quer “desencalhar” os sobrinhos solteiros, todos com média de 30 anos. “Sou tia e madrinha e me preocupo. E com certeza o bolo do santo dá certo, mesmo sem aliança”, diz.
Coordenador da equipe que montou os 20 metros de bolo, Christiano Luna, 27 anos, afirma que a produção de 1,5 tonelada de bolo, recheado com quatro tipos de recheio e 800 alianças, envolveu 25 voluntários. Devem ser comercializados dez mil pedaços. Cada fatia custa R$ 3. A igreja fica localizada na Travessa Lídia Baís, entre as ruas 15 de Novembro e 7 de Setembro.
A tradição de que santo Antônio é casamenteiro surgiu no século X ,em Lisboa. Segundo a história, ele fez o casamento de uma jovem pobre, sem dote, com um rapaz rico. Na época, um decreto exigia o pagamento de bens à família da noiva.
Em Campo Grande, o santo virou padroeiro porque em 1879, o fundador da cidade, o mineiro José Antônio Pereira, construiu uma capela de madeira para agradecer uma graça concedida.