Brincadeira de “soquinho” entre casal, regada a bebida, termina em morte
A causa do homicídio ocorrido na tarde de hoje, no Jardim Morenão, na região Sul da Capital, teria sido uma brincadeira entre o casal, que começou com “soquinhos” no marido. Para revidar, ele deu um empurrão mais forte na esposa. Neste momento, Ismael da Silva Dauzaker, 22 anos, tentou defender a mulher, levou um tapa na cara e revidou com quatro tiros contra o amigo Eduardo Afonso Sampaio Andrade, que morreu na hora.
De acordo com o delegado da Depac Piratininga, Camilo Kettenhuber, a mulher e a filha (17 anos) teriam relatado, durante o caminho até a delegacia, que o marido estava há um ano sem tomar bebida alcoólica, mas na semana passada, por conta do aniversário, ele voltou a beber. E hoje, durante o churrasco em casa, ele e o autor do crime estavam tomando cerveja desde às 10h30.
Ainda conforme o relato da esposa da vítima, após ter levado o tapa no rosto, Ismael entrou na residência. Ela pediu ao marido para irem para o quarto e, assim, acabar com a briga. No entanto, ao entrarem na sala já encontraram o autor com a arma na mão apontada para Eduardo Sampaio, que levantou o braço na tentativa de se defender.
O primeiro tiro acertou o antebraço, o segundo no tórax. Como a vítima caiu na sala, Ismael atirou mais duas vezes na cabeça. A mulher chamou o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), mas ao chegarem ao local os socorristas já confirmaram o óbito.
Na delegacia a mulher e filha contaram que o autor estava com a arma há cerca de três semanas, quando ao presenciar a mãe ser assaltada no Bairro Moreninhas, bateu no ladrão e foi jurado de morte, uma vez que, segundo elas, o rapaz faria parte de uma associação criminosa.
Conforme o delegado, a vítima e o autor eram "amigos" e já haviam sido presos em 2012 por crime de estelionato e cumpriram pena na mesma cela. Ismael da Silva já teria passagem na polícia em 2010 por tráfico de drogas. Camilo Kettenhuber revelou que a vítima teria pelo menos 10 passagens por estelionato, como cheque sem fundo.
Ismael da Silva Dauzaker, de acordo com o delegado, vai ser autuado por homicídio qualificado, por motivo fútil e por impossibilitar a defesa da vítima, além de porte ilegal de arma. Se condenado, ele deve pegar de 12 a 30 anos de prisão em regime fechado.