Cabelo achado em rio será comparado a DNA de familiares de menino morto
O DNA coletado em fios de cabelo encontrados junto a um pedaço de saco plástico no Rio Anhandui, durante buscas pelo menino Kauan Andrade Soares dos Santos, 9 anos, será comparado a materiais genéticos de familiares do garoto, que devem ser colhidos na tarde desta segunda-feira (24).
O objetivo da perícia é saber se os únicos vestígios encontrados pelos bombeiros no suposto local do crime, até a tarde de hoje, são da vítima.
Pela manhã, o irmão mais velho de Kauan e outras duas crianças, prestaram depoimento na DEPCA(Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente).
A polícia apura detalhes da rotina do garoto para fechar o inquérito, já que não tem dúvidas de que ele foi assassinado.
O principal suspeito pelo crime, professor Deivid Almeida Lopes, de 38 anos, está preso na Derf (Delegacia Especializa de Roubos e Furtos).
O delegado Paulo Sérgio Lauretto informou apenas que a polícia chegou ao suspeito porque já estava investigando casos de exploração sexual infantil no bairro. O delegado trata o suspeito, cujo nome não confirma, como vendedor de celulares.
Prisão - Deivid foi preso no sábado (22) após um adolescente de 14 anos confessar que aliciou a criança e levou até a casa do suspeito, na rua Praia. No local, Deivid teria estuprado Kauan, assassinado e, junto com o adolescente, jogado o corpo dele no rio Anhanduí, no bairro Aero Rancho - região sul da cidade.
O suspeito chegou a dar aulas na rede estadual de ensino de fevereiro de 2016 a abril de 2017 como professor convocado, segundo o Portal da Transparência. Vizinhos afirmam que o mesmo deu aulas na Escola Municipal Antônio Lopes Lins, no Portal Caiobá - região sul da cidade.
A reportagem procurou o Governo do Estado e a Prefeitura de Campo Grande para saber sobre os vínculos do suspeito com as secretarias de Educação. Até a publicação deste material não obteve retorno da SED.
A Prefeitura de Campo Grande informou que o professor Deivid de Almeida Lopes tem cadastro na Reme (Rede Municipal de Educação) para ministrar aulas desde 2012. "Ele não é professor concursado e, neste ano de 2017, ele não foi convocado para atuar em nenhuma unidade escolar da Reme", disse a secretaria.
O crime – Conforme apurou a equipe da DEPCA, Kauan morreu no dia 25 de junho, dia em que saiu de casa para brincar e não voltou. O testemunho de um adolescente, de 14 anos, que teria levado Kauan até a casa do estuprador, norteou a investigação. No início da noite daquele dia, a criança estava a cerca de 3 km de casa, na Coophavilla 2 – bairro do sudoeste da cidade, onde o suspeito, um homem de 38 anos, mora.
Segundo o adolescente, quando o homem começou a violentar a criança, o menino se debatia, chorava bastante e gritava muito. Por isso, o suspeito pediu para o adolescente segurar o garoto enquanto ele tapava a boca do menino com a mão.
Minutos depois, Kauan parou de se debater e começou a sangrar pela boca. Foi quando o pedófilo e o adolescente constataram a morte, resolveram se livrar do corpo, o colocaram em um saco preto e atiraram no rio Anhanduí.
A polícia investiga se ele fez outras vítimas e ainda busca pelo corpo de Kauan, mas já trabalha com a certeza de que o menino foi assassinado.