Caçambas ocupando vagas na região central incomodam motoristas
Os equipamentos formam uma fileira extensa bem em um dos cruzamentos mais movimentados da cidade
Estacionar na região de comércio no centro de Campo Grande nem sempre é uma tarefa fácil. Motoristas chegam a ficar cerca de 20 minutos procurando por uma vaga e acabam tendo de dar várias voltas em um mesmo quarteirão, até conseguir parar o carro.
Imagina quando os espaços para estacionar estão ocupados, mas não por veículos. É uma situação no mínimo incômoda para quem frequenta a região central.
É o que acontece na Rua 13 de Maio, esquina com a Avenida Afonso Pena, há alguns dias. Seis caçambas de entulho foram instaladas para uma obra na agência do Banco do Brasil.
"Trabalho atendendo lojas de cosméticos e nunca foi fácil encontrar vagas no Centro, ainda mais agora com essa reforma. Atrapalha e o estacionamento particular é muito caro", afirmou a vendedora Renata Ventorim, de 39 anos.
A professora Jéssika Chavez Santos, 26, afirma ser contra o excesso de caçambas em um único espaço. "Eu discordo, já é horrível encontrar vaga, às vezes eu prefiro ir a um shopping só para evitar essa situação. Agora, claro que se eles estiverem pagando pelo parquímetro, uma vez que ocupam vagas para carros, é mais aceitável", relatou.
Não muito longe dali, teve quem preferiu pagar mais caro para estacionar, só para não ter que ficar muito tempo procurando por uma vaga. "Está cada vez mais difícil encontrar vaga. Como a maioria das vezes, hoje eu vim com pressa e acabei passando direto e estacionamento no particular. O problema é que vou acabar gastando entre R$ 10 e 12", revelou a enfermeira Juscinéia Martins, de 48 anos.
Prova da dificuldade encontrada por motoristas são os pequenos intervalos entre um carro e outro para ocupar as vagas. Basta alguém ameaçar entrar em um veículo, para outro carro parar em fila dupla para esperar liberar o espaço.
Nem todo mundo tem a sorte do dentista Leandro Camargo, de 31 anos, que sem esforço conseguiu parar o carro perto de seu destino. "Hoje deu tudo certo, mas nem sempre é assim. Tem sido difícil estacionar por aqui, eu evito vir ao Centro de carro por causa disso", revelou.
Apesar das dificuldades, os motoristas também procuram entender o lado de quem realiza a obra. "É difícil encontrar vagas e as caçambas acabam atrapalhando um pouco, mas a gente sabe que é inevitável. Sacrifica as vagas, mas não tem jeito", afirmou o comerciante Adilson Vilela, de 47 anos.
Autorização - De acordo com a regulamentação da prefeitura, publicada na edição do dia 18 de março de 2010, os equipamentos usados como caçambas devem seguir uma série de requisitos, como estarem devidamente sinalizados, com 16 faixas refletivas, pintadas de amarelo e com a devida numeração e com a identificação da empresa responsável e telefone para contato.
Quanto a instalação, elas devem ocupar a faixa de estacionamento dos logradouros, colocadas de forma perpendicular ou paralelas à guia da calçada.
A distância mínima entre a caçamba e a esquina mais próxima deve ser de no mínimo cinco metros. É permitida a instalação de duas caçambas por vez, ou três em casos de uma quantidade muito grande de lixo.
Acima disso, apenas se mais de um morador, em um prédio multifamiliar, por exemplo, solicite a instalação dos equipamentos ao mesmo tempo.
Seis caçambas - A reportagem entrou em contato com a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), responsável pela fiscalização do serviço, porém até o fechamento da matéria, o órgão não havia dado resposta sobre a situação da 13 de Maio com a Afonso Pena.
O número de caçambas é maior do que o permitido por lei, mas Agetran não informou que se por alguma exceção a situação está ou não regular.
O Campo Grande News também fez contato com o a superintendência do Banco do Brasil em Campo Grande, que informou apenas que a obra não pertence a empresa, sendo de responsabilidade dos donos do prédio, uma vez que o espaço é alugado.