Calotas quebradas viram símbolo da revolta contra os buracos da Capital
Com tantos buracos na cidade, motoristas que tiveram prejuízos com os veículos encontraram um forma criativa de chamar a atenção das autoridades. Na Rua Rodolfo José Pinho, no Bairro Antônio Venda, esquina com a Rua Patagônia, onde existem diversos buracos, os condutores começaram a acumular calotas no canteiro em forma de protesto.
O autônomo Romildo Pereira Guedes, 67 anos, passava pelo local e disse que o descaso da prefeitura com a operação tapa-buracos já é conhecido fora do Estado. “Fui passear em Maringá, no Paraná, e lá ficaram me perguntando porque a cidade estava abandonada desta forma. Todo o Brasil está sabendo do que anda acontecendo aqui”, comentou.
Romildo continuou contando que mora na Capital desde 1984 e nunca havia visto ela assim. “É uma vergonha a gente pagar impostos e termos isso. Por exemplo, a gente tem que pagar caro por licenciamento, vistoria veicular, lacre de placas, multas e eles não fazem nada pela gente. As pessoas deveriam pensar melhor em quem votar no ano que vem”, destacou.
No local é possível encontrar sete calotas, uma ao lado da outra. Mas não pense que pertencia a um ou dois veículos, porque quase todas elas são de marcas de carros diferentes.
Percorrendo mais uns metros, chegando a rotatória da Rodolfo José Pinho é possível encontrar mais uma “pancada” de buracos. Eles estão localizados dentro da rotatória e motoristas precisam quase parar para passá-los.
“Esses buracos se abriram faz dois meses, cada dia abre mais um e ninguém faz nada. Já vi vários acidentes de moto e carros estourando pneus. Sem falar que complica o comércio da região. Os clientes chegam para comprar, ou seja, para ter um prazer, mas acaba tendo desgosto”, apontou a vendedora Meyrissa Melgarejo, 34, que trabalha em frente à rotatória.
Outra vendedora, Lauriana Alves, 27, falou que uma de suas clientes teve o pneu estourado em um dos buracos. “Ela não conseguiu trocar o pneu e teve que pedir ajuda ao seguro vir e ajudar. Está um caos isso aqui”, mencionou.
A comerciante Larissa de Oliveira Vieira, 24, também coloca a culpa na prefeitura. “Se a gente atrasa um imposto que for eles cumprem a data de pagamento e nos cobra, agora a gente não pode cobrar eles: uma injustiça”, finalizou.
Apesar de anunciar há mais de 15 dias que está negociando com o Comando do Exército para fazer a operação tapa buraco, o prefeito Alcides Bernal (PP) declarou na sexta-feira (6), que no próximo dia 11 vai ser lançado o mutirão para tapar os buracos da Capital. Ele prometeu que em 90 dias todas as regiões da cidade não terão mais buracos.
O Exército não teve interesse em fazer operação tapa-buraco na cidade, considerando que a maior parte da malha viária asfaltada é muito velha e não comporta mais remendo.