Campo Grande está entre as capitais com maior produção de energia solar
A geração de energia solar na Capital chegou a registrar 214 megawatts de potência instalada, aponta a Aneel
Campo Grande é a quarta capital brasileira com maior potência instalada de energia solar em geração distribuída no Brasil, de acordo com dados da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). O monitoramento mostrou que até esta quarta-feira (23) a geração de energia solar na Capital chegou a registrar 214 MW (megawatts) de potência instalada.
A capital sul-mato-grossense fica atrás apenas de Florianópolis (756 MW), Brasília (296 MW) e Cuiabá (221 MW) em termos de potência instalada em geração distribuída - que, como o próprio nome sugere, envolve a geração de energia elétrica por meio de sistemas geradores que estão próximos ou mesmo nas próprias unidades consumidoras, como casas, empresas e pequenas indústrias.
O monitoramento da Aneel mostra que a maior parte desses sistemas de geração de energia solar são de pequeno porte e destinados ao consumo residencial e comercial. A economia proporcionada pela energia solar é um dos principais motivos para o rápido crescimento da adoção desses sistemas em Campo Grande.
A redução nas contas de energia elétrica é significativa, como relata o consultor técnico de vendas, Allyson Martinez de Assis Silva, de 28 anos. "Nós instalamos a energia solar em dezembro de 2021 e começou a operar em 2022. A gente notou uma grande diferença na conta", disse Allyson.
De acordo com o consultor de vendas, a conta caiu de R$ 512 para R$ 81 com a instalação de painéis solares e se mostrou uma opção muito vantajosa para a família, devido ao grande número de pessoas que moram na mesma residência.
A questão ambiental não foi o motivo principal da nossa escolha, mas a gente sempre pensa nisso. Querendo ou não, quando a gente usa os eletrodomésticos, temos consciência de que vem de uma energia limpa. Mesmo não pensando nisso diretamente, indiretamente estamos ajudando um pouco", acrescenta.
O engenheiro ambiental Lucas Jara, de 25 anos, também é um dos moradores de Campo Grande que optou pelo uso da energia fotovoltaica. Segundo ele, fez a instalação das placas solares em sua residência em março de 2022 e teve a opção de parcelar a compra.
"Nós parcelamos essas placas, então as parcelas ficaram no preço do que nós pagávamos de luz. A diferença no bolso vamos sentir quando terminarmos de pagar as placas. Mas aí vamos só pagar a taxa de iluminação pública", explica o engenheiro ambiental.
Lucas também enfatiza que o aspecto da sustentabilidade nesse tipo de energia é um atrativo para consumidores conscientes. “Além disso, é uma forma de energia limpa. É unir o útil ao agradável”.
Crescimento - O crescimento da energia solar em Campo Grande não é de agora. Os números revelam um aumento na potência instalada e no número de unidades consumidoras que estão aproveitando os benefícios da energia solar.
Em 2021, a cidade tinha 5.268 sistemas de geração distribuída, que atenderam a 7.337 que recebiam créditos pela energia gerada. A potência instalada totalizava 43.558,26 MW.
No ano seguinte, em 2022, houve um crescimento significativo, com 9.187 sistemas de geração distribuída, que beneficiaram 13.378 unidades consumidoras. A potência instalada mais que dobrou, atingindo 80.937,64 MW.
Até outubro de 2023, os números continuam a mostrar uma tendência positiva. A cidade já registra 6.037 sistemas de geração distribuída e 7.801 unidades consumidoras aproveitando os créditos pela energia gerada. A potência instalada alcançou 55.292,93 MW.
O gerente da empresa de energia solar Geração Solar, Fábio Albuquerque de Alcantara, foi um dos empresários do ramo que notou esse crescimento. “A procura por sistema fotovoltaico tem sido cada vez maior, principalmente em Campo Grande, onde temos nossa filial”.
Segundo o gerente da empresa Geração Solar, o elemento mais atrativo para os clientes é a economia na hora de pagar faturas de energia elétrica. "Os benefícios da energia fotovoltaica são enormes, além da sustentabilidade que é muito importante. Os clientes podem usar seus aparelhos elétricos sem se preocupar com a conta no final do mês", afirma Fábio.
Fábio também enfatiza que, atualmente, qualquer pessoa pode gerar sua própria energia, e o custo para instalar sistemas solares está cada vez mais acessível. “Esse é o ano do consumidor, então o sistema fotovoltaico nunca esteve tão barato. Isso se deve à variação do dólar, aumento de fabricantes e outros incentivos”.
Regional - O crescimento também foi notado na região Centro-Oeste, que ocupa a quarta posição no ranking nacional na modalidade de geração distribuída, com 3,6 GW (gigawatt), o que representa 15% do total do país.
De acordo com dados da Aneel, o estado de Mato Grosso lidera a região, contribuindo com 1,3 GW, seguido de perto por Goiás, que possui 1 GW em capacidade de geração distribuída. Mato Grosso do Sul se destaca com 887 MW, enquanto o Distrito Federal, com 289 MW.
Para Túlio Fonseca, CEO da Energy Brasil, uma empresa que atua como um ecossistema integrado de eficiência energética, esse crescimento notável no Centro-Oeste é resultado da conjunção de diversos fatores favoráveis, como o clima regional, a geografia, a economia e a política.
"Acreditamos que o setor solar na região deve continuar crescendo nos próximos anos, pois a energia solar é uma alternativa limpa, renovável e econômica para os consumidores e para o país”, comenta Túlio.
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