Campo Grande pode ter a 2ª tarifa mais cara do País se preço for a R$ 3,50
Se o município atender ao pedido do Consórcio Guaicurus e aumentar para R$ 3,50 a tarifa de ônibus, Campo Grande teria, hoje, o segundo serviço mais caro entre as capitais brasileiras. Levantamento feito pelo Campo Grande News aponta que a cidade perderia apenas para o Distrito Federal, onde a passagem pode custar até R$ 4, e empataria com São Paulo, onde esse valor já é cobrado desde janeiro.
O prefeito Alcides Bernal (PP) está analisando a proposta da concessionária. Nesta quinta-feira (5), ele afirmou que tem uma equipe técnica estudando o assunto e só tomará uma decisão “quando tiver a certeza de que vai ser melhor para a população”.
Com os R$ 3 cobrados atualmente, o município se une a Manaus (AM) e Salvador (BA) com o oitavo maior preço pelo serviço. Isso significa que dificilmente a Cidade Morena deixará tão logo o topo do ranking.
Vitória apresentou a menor tarifa entre as cidades consultadas. A capital capixaba tem mantido o passe de ônibus em R$ 2,40 desde 2013.
Em Teresina (PI), que tem apenas 9,3 mil habitantes a menos que Campo Grande (segundo estimativa do IBGE), o serviço é o segundo mais em conta e custa R$ 2,50. O reajuste mais recente foi em fevereiro deste ano, quando houve redução de cinco centavos.
Aliás, se o pedido do Consórcio Guaicurus se confirmar, a Capital será a terceira com menos de um milhão de habitantes com o serviço acima de R$ 3. As duas primeiras foram Cuiabá e Florianópolis, ambas cobrando R$ 3,10 dos usuários.
Por meio da assessoria de imprensa, o Consórcio Guaicurus disse que não irá prestar qualquer tipo de esclarecimentos à população sobre o assunto e somente a prefeitura deve fazê-lo.
Polêmica - Os usuários do transporte coletivo se assustaram com o preço proposto pela empresa. Passageiros pedem serviço de qualidade e apontam problemas no setor, como superlotação dos ônibus e veículos em péssimas condições de conservação.
O maior peso no cálculo da tarifa é o óleo diesel, que acumula alta de 14,05% nos últimos 12 meses, de R$ 2,626 para R$ 2,995, segundo levantamento da ANP (Agência Nacional do Petróleo). O produto foi contemplado com a redução na alíquota do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), de 17% para 12%, mas continua mais caro por causa dos últimos dois reajustes praticados pela Petrobras.
A data-base do reajuste no transporte coletivo é outubro. O prefeito sinalizou que vai segurar o máximo que puder para autorizar o aumento.
Se autorizar o reajuste de 16,6%, o aumento será superior à inflação acumulada nos últimos 12 meses, 9,82%, segundo o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) calculado pela Nepes da Uniderp.