Capital tem 578 ataques de escorpião em 2021 e chuvas podem aumentar casos
Período chuvoso, entre dezembro e março, costuma registrar mais ocorrências desse tipo em Campo Grande
De janeiro a novembro deste ano, o município de Campo Grande registrou ao menos 578 ataques de escorpião, que tiveram algum tipo de atendimento médico, segundo dados do Ministério da Saúde. Vale lembrar que o período de chuvas, a partir de dezembro, costuma ter mais notificações e, portanto, a população tem de se prevenir contra esses animais.
Em 2021, os registros apontam que a maior parte (553) foram casos leves, mas 24 foram moderados. Quase todos (573) se recuperaram do acidente e cinco não têm atualizações a respeito do atual estado de saúde.
A parcial deste ano, no entanto, é menor desde 2017, quando 484 ocorrências foram registradas no SUS (Sistema Único de Saúde).
Uma análise feita pela reportagem entre os anos de 2007 a 2020 indica que, na Capital, dezembro é o terceiro mês com mais registros mapeados pela pasta federal, com 711 casos. Contabilizando o acumulado deste período, janeiro (842) é o mês com mais notificações, seguido por março (726).
Na cidade, o Hospital Regional de Mato Grosso do Sul era a principal unidade de saúde que tratava casos desse tipo. Contudo, quando a pandemia da covid-19 avançou pelo território estadual, o hospital se tornou referência no atendimento de síndromes respiratórias.
Segundo a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública), quem for atacado deve procurar uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) ou CRS (Centro Regional de Saúde) mais próxima.
Cuidados - Para prevenir-se de picadas de animais peçonhentos, o Civitox (Centro Integrado de Vigilância Toxicológica) recomenda não colocar as mãos em tocas ou buracos na terra, tocos de árvores, cupinzeiros, entre espaços situados em montes de lenha ou pedras.
Caso seja necessário mexer nestes locais, é sugerido o uso de um pedaço de madeira ou enxada.
Outra dica é verificar roupas, calçados, toalhas de banho e de rosto, roupas de cama, panos de chão e tapetes antes de usá-los, para não ser surpreendido com um animal. Camas e berços devem ser afastados das paredes e é preciso evitar pendurar roupas fora dos armários.
Além disso, não se deve deixar que lençóis ou cobertores encostem no chão, pois escorpiões e aranhas podem subir e ficar entre esses tecidos e travesseiros.
Também é importante nivelar as frestas das calçadas, pisos, paredes e portas; colocar uma barreira de proteção na parte inferior das portas e deixar as lixeiras sempre tampadas e com sacos plásticos. Para mais informações, o Civitox disponibiliza os telefones 0800 722 6001, (67) 3386-8655 ou 150.
Chuvas - Segundo a prefeitura, no entanto, há 730 acidentes envolvendo esses animais, até novembro deste ano, menos do que o verificado no ano passado, 813. "Os dados relativos a incidentes envolvendo escorpiões possuem sempre uma defasagem de 30 dias, devido ao sistema utilizado".
"O crescimento no número de acidentes neste período acontece todos os anos, visto que nesse período as chuvas retornam, alagando assim os esconderijos dos escorpiões, forçando que eles saiam destes locais, associado com a procriação destes e dos insetos que servem como alimento para estes animais, desta forma eles passam a estar mais expostos e aumenta o risco de acidentes no geral".
Por fim, o CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) recomenda barreiras físicas, como ralos e bueiros vedados, telas de proteção nas grades de escoamento de água, obstáculos em portas e portões, manutenção de quintais e terrenos limpos, principalmente em relação à existência de entulhos e materiais.
"Reforçamos que é de notificação obrigatória todo e qualquer acidente envolvendo escorpiões, visto o risco à saúde e a possibilidade de infestação do animal naquela região".
(*) matéria editada às 7h38 de 14 de dezembro para acréscimo de informações