Carta vai definir destino adequado para cemitérios e aeroportos da Capital
Sem revisão há 30 anos, documento para nortear ocupação do solo tem expansão ordenada como desafio em território que pouco cresceu
A indicação de áreas para construção de novos cemitérios e aeroportos em Campo Grande estão entre as funções da carta geotécnica, instrumento responsável por mapear os tipos de solos, relevos e rochas pelos quais o território da Capital é composto. Revisado pela primeira vez em quase 30 anos, o documento vai impactar sobre área que cresceu pouco, mais com grandes desafios de expansão ordenada.
Território para expandir não é problema na Capital. Foram 2,5 mil hectares a mais desde a elaboração da última carta geotécnica, elaborada em 1991. Atualmente, a cidade conta com 15.445,4 hectares. “Essa expansão é considerada sútil para essas quase três décadas”, explica o diretor de planejamento ambiental da Planurb (Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano), Rodrigo Giansante.
A baixa ocupação do território, comparado a de outras capitais do País, é favorável quando se pensa em expansão ordenada da cidade. Verificando os problemas existentes até então e olhando para o crescimento urbano futuro, o texto do plano diretor de desenvolvimento urbano ambiental, aprovado no ano passado, criou uma espécie de zona de transição para a implantação de determinados empreendimentos.
Para se concretizar, esta área de expansão passará por diversas instâncias de normatização. Os debates para elaboração da carta geotécnica é a primeira delas. Basicamente, o uso desta área poderá ser alterado com base em justificativas técnicas plausíveis para serem incluídas no perímetro urbano da capital, evitando assim um crescimento desordenado da cidade.
“A gente pensa principalmente no planejamento daqueles empreendimentos que tem grandes impactos e que não são comportados principalmente dentro da cidade”, explica Giansante.
Os aeroportos, por exemplo, seguem normas específicas para áreas de pouso e decolagem, o que exige que sejam instalados distante de prédios. Já os cemitérios, devido a decomposição de corpos e criação de necrochorume, não podem ficar em área onde o contato com o lençol freático é mais superficial.
Por estes motivos, conhecer os diferentes solos da cidade é necessário. “A ideia é que a carta geotécnica dê subsídios para auxiliar nesta ocupação, para que seja uma ocupação ordenada com base em critérios geotécnicos”, explica a engenheira ambiental, Bruna Saratt, uma das responsáveis pela revisão do documento.
A prefeitura, por meio da Planurb licitou o trabalho de rever a carta. A vencedora foi uma empresa de Mato Grosso do Sul, a Hidrosul, - por R$ 328 mil - que tem prazo mínimo de oito meses para realizar o trabalho. O grupo será composto por sete pessoas: quatro da Planurb e três da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano).