Cena recorrente: sem escoamento, ruas na região da Lagoa Itatiaia ficam alagadas
Conforme moradores do Bairro Tiradentes, ouvidos pela reportagem, situação ocorre com frequência há anos
Com as chuvas dos últimos dias, ruas nas proximidades da Lagoa Itatiaia, no Bairro Tiradentes, estão alagadas nesta quinta-feira (18). Pedestres não entram nem saem das vias, que só podem ser acessadas por meio de carro e com transtornos. A situação, segundo moradores da região, é recorrente há anos.
Não há escoamento tanto na Rua Antônio Marques quanto na Rua do Nilo, ao redor da Lagoa Itatiaia, via que faz alusão a um dos maiores e mais importantes rios do mundo.
A autônoma Andressa Pereira dos Santos, de 29 anos, mora há quase duas décadas em uma casa nesta região e comenta que a situação é recorrente. “Já tem muitos anos que isso acontece. É só chover que fica assim. Fizeram até um buraco dentro da lagoa para não alagar, mas não adianta não.”
Aqui é bem complicado em dia de chuva. A gente não consegue nem passar. Nem de carro e nem a pé. Tem que subir na calçada, mas nem na calçada está dando. É bem difícil a situação”, diz Andressa dos Santos.
O motoboy Cássio Augusto, de 22 anos, afirma que passa pelas ruas no entorno com frequência e está praticamente impossibilitado de trafegar. “Passo aí direto e está um inferno, impossível passar por ali, É complicado, fura pneu, atola, entra água no motor. Esses dias, parou um carro ali e teve que chamar o guincho.”
O pedreiro Eduardo Gonçalves, de 44 anos, mora na Rua Santa Marina há 22 anos e também ressalta as dificuldades em dias de chuva. “É horrível quando alaga. Sempre que chove, acontece isso. É sempre piorando. Eles tinham que melhorar esgoto, asfalto e a tubulação da lagoa. Fizeram muito mal feito.”
Ele é motociclista e relata que sua moto “já afogou na água”. “Não é só a minha moto não. Com quase todo mundo que tenta passar, acontece isso. Só rebocando a moto ou carro para sair.”
De acordo com a Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos), obras de drenagem no entorno deverão ser feitas. Há um projeto que contempla as vias e que faz parte da pavimentação de todo o parcelamento. No entanto, por conta do período eleitoral, as obras serão licitadas após as eleições.
“Está bem feia a coisa. Estamos esperando a revitalização que prometeram. Tem que ter uma estrutura melhor para ficar bom”, opinou a autônoma Andressa do Santos.
Meteorologia - Conforme o meteorologista da Uniderp, Natálio Abrahão Filho, o volume de chuva em agosto já é quase o triplo do esperado para todo o mês em Campo Grande. Enquanto a meteorologia previa 31,4 mm (milímetros), a chuva caiu com força e soma 83,8 mm, ou seja, 267% a mais do que o previsto.
Nesta quinta-feira, há previsão da chegada de áreas de instabilidade com pancadas de chuvas e trovoadas, raios e rajadas fortes de ventos acima de 50 quilômetros por hora, além de chance de granizo na Capital, Terenos, Jaraguari e Sidrolândia.
Mato Grosso do Sul está sob dois alertas de tempestade emitido pelo Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), com perigo potencial. Segundo a Energisa, ao menos, 11 bairros de Campo Grande ficaram sem energia por conta da ação da natureza.