Cenário é de abandono na cidade, com lixo, buracos e obras paradas
Após 77 dias no comando de Campo Grande, o prefeito Alcides Bernal (PP) ainda não conseguiu fazer com que a “engrenagem” da cidade funcione, diante da crise política instalada há meses na Capital. Às vésperas do fim do ano, a população já não consegue enxergar uma solução para tantos problemas acumulados.
Um deles é a indefinição em relação à operação tapa-buracos: está suspensa ou o serviço continua? Esse é o questionamento que a maior parte da população faz, diante da grande quantidade de ruas tomadas por buracos na cidade.
Na Rua Brasil, entre a Avenida Rachid Neder e a Dolor de Andrade, vários buracos estão abertos no meio da pista. “Trabalho há sete anos por aqui e nunca vi a região cheia de buracos como está agora. Eles estão em qualquer lugar, principalmente próximo aos locais de grande fluxo de veículos como: terminais de ônibus e postos de combustível. A gente que é motorista tem que fazer zigue-zague nas vias para escapar”, comentou o montador Ademir Diviti, 27 anos.
Obras paradas também são outra preocupação da população. Por exemplo, as obras das UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) do Bairro Leblon e Santa Mônica estão paradas desde a gestão passada. Bernal chegou a visitá-las e ressaltou que uma das prioridades de sua gestão será a conclusão das unidades para reforçar o atendimento na rede municipal de saúde. Mas até agora tudo continua como está.
Enquanto isso, a dona de casa Rosana Fonseca, 37, que mora em frente à obra da UPA Santa Mônica sofre sempre que precisa levar a filha de sete meses ao posto de saúde da Vila Almeida, que fica distante de sua residência. “O posto de saúde da Vila Popular nunca tem médicos, por isso tenho que levá-la ao Vila Almeida. A cidade está abandonada faz tempo e ninguém faz nada. Imposto a gente paga todo mês, mas cadê o serviço”, questionou.
Outro local que já tirou a esperança de muitos moradores é a Avenida Ernesto Geisel, uma das principais avenidas que liga região norte e a sul da cidade. Desde 2013 várias obras e manutenções vêm sendo feitas na avenida, mas três locais ainda indignam os moradores. Ainda não previsão de término das obras.
O lixo acumulado em alguns pontos da cidade, após o impasse da prefeitura com a Solurb, empresa responsável pela coleta, que ficou em greve durante alguns dias, também prejudica os cidadãos. Na saída do Santa Emília, uma estrada vicinal que liga o bairro à Vila Nova Campo Grande, está tomada pelo lixo.
“Tenho uma horta próxima e preciso passar por aqui todos os dias, está muito feio. O pessoal ainda coloca fogo e piora mais ainda a saúde das pessoas”, comentou o produtor de hortifruti Assis Antônio de Oliveira, 59.
A falta de iluminação em alguns bairros aliada à guande quantidade de terrenos com mato alto tem deixado moradores expostos ao risco de assaltos. Na Rua Tabira, Jardim Tijuca, próximo à Escola Estadual Blanche dos Santos Pereira, quase todas as lâmpadas de iluminação pública estão queimadas.
É o que conta o aposentado Manoel Francisco da Silva, 62. “Já pedimos o reparo nas luminárias, mas ficou na promessa. Fizemos protesto por causa dos assaltos, a polícia começou a passar, mas depois parou e os bandidos voltaram. O jogo de empurra-empurra entre políticos é o que dá nisso. Agora o ano que vem todo mundo vem atrás de voto”, finalizou.