Choque desbloqueia BR-262 e novo protesto deixa clima tenso no lixão
O clima ficou tenso na área próxima do lixão de Campo Grande, onde cerca 150 pessoas entre mulheres, crianças e idosos bloquearam uma das ruas que liga a UTR (Usina de Tratamento de Resídios Sólidos) à BR-262, rodovia que até o início da tarde estava sendo bloqueada pelos manifestantes. O tráfego só foi liberado após intervenção do Batalhão de Choque da Polícia Militar.
Depois que a BR-262 foi desbloqueada, os trabalhadores que vivem da coleta de material reciclável no lixão impediram a passagem pela via de terra, colocando fogo em móveis velhos e madeira. As viaturas da Polícia Militar e da Guarda Municipal tiveram que retirar o material incendiado para passar pelo local.
Os catadores denunciam que os policiais do Batalhão de Choque, depois de desobstruírem a BR-262, lançaram bombas de gás lacrimogêneo, causando ferimentos leves em alguns deles. No meio da tarde, o clima era de muita tensão. De um lado, o grupo de catadores e do outro, a cerca de 50 metros, integrantes da Guarda Municipal e da Polícia Militar posicionados para atuar.
Edna Velasques, de 47 anos, conta que hoje trabalha como serviços gerais mas durante algum tempo trabalhou na UTR. Diz que participa do protesto para ajudar o marido, primos, sogra e cunhado, que estão em situação crítica depois que foram impedidos de trabalhar no lixão.
A mulher afirma que os trabalhadores que foram deslocados para a UTR estão recebendo R$ 100 por semana, valor inferior ao pago aos funcionários da Usina. “O dinheiro está acabando e eles já estão pedindo ajuda. Receberam uma cesta básica, mas já acabou”, reclama.