Chuva faz teto desabar em antigo abrigo de trem de Campo Grande
Câmera da Feira Central flagrou momento neste domingo (7); feirantes chamaram a Guarda Municipal
Por volta das 12h30 deste domingo (7), enquanto feirantes recebiam clientes para almoço na Feira Central de Campo Grande, um barulho alto assustou. Ele foi ouvido após irem ao chão madeiras que estruturavam o que restou do teto do antigo abrigo de trens da Capital.
O teto já não estava inteiro. O prédio todo tem estruturas desabando. Dessa vez, o estrago aconteceu durante ventania e chuva que atingiram a região.
"Foi uma gritaria, uma correria na hora", contaram os feirantes à pessoa que entrou em contato com a reportagem para fazer o relato, mas preferiu não se identificar. A estação fica atrás do estacionamento da Feira Central, por onde também costumam passar a pé moradores do Bairro Cabreúva e da Vila dos Ferroviários.
A Guarda Municipal foi chamada para ir até o local pelos feirantes. Segundo informou o secretário Especial de Segurança e Defesa Social da Capital, Anderson Gonzaga, equipes recolheram a madeira que invadiu a rua e as laterais do prédio, para não atrapalhar a passagem.
Ainda de acordo com Gonzaga, não houve feridos.
Falta manutenção - O presidente da Associação de Moradores do Bairro Cabreúva, Eduardo Cabral, lembra que não é a primeira vez que desabamento acontece.
"Toda vez que cai uma parte do barracão, o que vem acontecendo desde 2021, nós da associação denunciamos. Temos denunciado reiteradas vezes", afirma o representante. Ele afirma que a estrutura está comprometida porque falta manutenção há muito tempo.
Patrimônio - A estação e as demais estruturas do Complexo Ferroviário de Campo Grande são bens de importância histórica que estão tombados nas esferas municipal, estadual e federal.
Este ano, proposta da Prefeitura de Campo Grande para reestruturar o complexo e transformá-lo em espaço cultural foi contemplada para receber R$ 800 mil em recursos do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) Seleções do Governo Federal. O investimento servirá para dar andamento à parte executiva da reestruturação, relacionada à contratação de projetos de arquitetura e engenharia, segundo explicou o superintendente do Iphan/MS (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), João Santos. O Lado B deu detalhes da proposta, aqui.
A reportagem questionou a assessoria de imprensa do Município sobre a falta de manutenção do complexo que perdeu mais uma parte do teto neste domingo, mas não obteve resposta.
Sobre a ocorrência, a prefeitura informou que enviou equipes e a Defesa Civil para "tomar todas as medidas cabíveis com os órgãos competentes", e acrescentou que, por se tratar de um patrimônio tombado também na esfera federal, a Polícia Federal foi acionada.
Quanto ao andamento do projeto que conta com recursos federais, o superintendente do Iphan/MS, órgão que o desenvolve junto à Sectur (Secretaria Municipal de Cultura e Turismo), explicou que foram realizadas as primeiras reuniões e que amanhã (8) haverá mais uma. Reforçou ainda que o imóvel que teve a cobertura parcialmente desabada está incluso no projeto. "Na semana passada, nós tivemos uma reunião com a prefeitura já para fazer os primeiros desenhos desse objeto que será contratado", disse.
"Com o projeto em mãos, a gente conseguir viabilizar a obra seja por recurso do Governo Federal, seja com recurso da Prefeitura, do Governo do Estado e com todos os parceiros e entes federais", conclui João dos Santos.
(*) Matéria editada às 16h43 e às 17h04 para acrescentar retorno da Prefeitura de Campo Grande, do Iphan/MS e inserir crédito da foto.
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