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Capital

Clínica Carandá é interditada e tem sete dias para realocar pacientes internados

Local já havia sido interditado em outubro, mas via liminar conseguiu retomar o atendimento em janeiro

Lucia Morel e Thays Schneider | 05/04/2023 17:27

A Clínica Carandá, que atende pacientes psiquiátricos em Campo Grande, foi novamente interditada e está impedida pela Vigilância Sanitária de Mato Grosso do Sul de receber novos pacientes. O estabelecimento tem sete dias para transferir os que estão internados lá ou realocá-los e 15 dias para sanar as irregularidades.

O local já havia sido interditado em outubro, mas via liminar judicial conseguiu retomar o atendimento em janeiro, limitado a 40 pessoas ao todo e somente casos de urgência e emergência.

Apesar disso, segundo funcionários disseram ao Campo Grande News, as internações continuaram, sob a justificativa de que seria a única forma de a empresa se manter de pé e ter recursos para pagar os trabalhadores. Entretanto, atraso no pagamento dos salários é recorrente e até mesmo o 13º não foi pago a alguns.

Os trabalhadores dizem ainda que, devido à falta de pagamento, muitos não têm ido trabalhar e os pacientes internados ficam sob os cuidados de cinco, três e às vezes apenas um funcionário.

Fachada da Clínica Carandá, na saída para São Paulo. (Foto: Alex Machado)
Fachada da Clínica Carandá, na saída para São Paulo. (Foto: Alex Machado)

Agora, novamente a vigilância toma medidas contra o estabelecimento e na notificação define que novas internações estão suspensas devido ao “subdimensionamento do quadro de recursos humanos, pela falta de medicamentos de uso contínuo para o tratamento de pacientes psiquiátricos e o comprometimento de comorbidades por falta de dieta especial”, conforme vídeo encaminhado à imprensa pela SES (Secretaria de Estado de Saúde).

A notificação, feita no começo desta tarde, está pregada em mural na entrada da clínica e é assinada pelo coordenador da vigilância Carlos Alberto Nunes Carneiro, que no vídeo diz ainda que a situação da clínica é de risco iminente à saúde pública.

Em contato com o advogado da Carandá, David Amizo Frizzo, ele disse que repassaria informações, mas não retornou até o fechamento deste material. No estabelecimento, a direção não atendeu a reportagem.

A clínica existe desde a década de 70 e na página oficial diz que atua nas áreas de psiquiatria, psicologia, internações e desintoxicação química em pacientes com ansiedade, pânico e fobias; deficiência mental; depressão; dependência química; esquizofrenia; e psicopatia.

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