Com 1 ano e 3 meses, Ana Vitória nasceu de novo, nos braços do guarda Jentilo
Em base da corporação, profissional foi surpreendido por pai desesperado e com a filha nos braços, engasgada
Nascer de novo com um ano e três meses. A pequena Ana Vitória viveu isso ontem, nos braços do guarda municipal Jentilo Pereira. Ao acabar de voltar de uma ocorrência e estacionar em base operacional da corporação, na Rua Catiguá, no Bairro Paulo Coelho Machado, ele foi surpreendido por um pai desesperado com a filha nos braços, já roxa.
“Minutos depois que eu entrei, ouço alguém gritando desesperado - “senhor, me ajuda, me ajuda” - até achei que fosse alguma pessoa alterada e mal saí da sala,o pai me entregou a criança nos braços, desesperado”, contou o guarda.
Ele confirmou que a criança já estava arroxeada e que nem pensou muito no que fazer, apenas começou a manobra de desengasgo. “Peguei ela nos braços, coloquei de barriga pra baixo e comecei a bater nas costas. Pedi ajuda a outros guardas pra acalmar o pai, que estava muito nervoso”, lembra.
O caso ocorreu por volta das 17h30 de ontem e conforme Jentilo, foram cerca de dois minutos até que Ana Vitória começasse a responder aos estímulos e a chorar. Até todos perceberem que não havia mais riscos, se passaram cerca de cinco minutos. “Não saiu nada sólido da garganta dela, só saliva mesmo, cuspe”, recorda.
O grupamento chegou a acionar o Corpo de Bombeiros, mas a criança melhorou antes. “É uma mistura de sentimentos”, afirmou, relembrando que ele passou por situação parecida com a própria filhinha, de apenas dez meses. “Quando cheguei em casa e vi minha filha, não aguentei, chorei e a abracei muito”. Também foi ele quem fez a filha desengasgar.
Para Cinthia de Oliveira, de 23 anos, mãe de Ana Vitória, o desespero tomou conta da família quando viram a pequena engasgada. Ela conta que a filha brincava com o cachorro em casa, no mesmo bairro, quando a chamou para o banho e retirou suas roupas. Como não queria parar de brincar, a criança começou a chorar efusivamente e engasgou.
“Assustei muito e gritei por ajuda dos vizinhos. Ela não melhorava e então chamei meu marido. Ele pegou um carro emprestado e saiu, não sabia pra onde ele ia. Cheguei a ir atrás, num posto de saúde, mas ele tinha ido pra guarda”, relembra.
Hoje, a pequena está bem. Mamava quando a reportagem chegou em sua casa e parou para poder posar para as fotos. “Meu marido é de boa, mas quando se trata das crianças, ele fica doido mesmo”, reforça a mãe, que afirmou que ainda hoje vai até uma unidade de saúde levar a pequena, conforme orientação da Guarda Municipal. O pai não quis falar com a equipe.