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Capital

Com 5,7 mil notificações de dengue, Prefeitura pode decretar emergência

Força-tarefa é montada entre Prefeitura e diversas secretarias para controle

Tatiana Marin e Mayara Bueno | 25/02/2019 17:11
Coletiva sobre a dengue teve participação do prefeito Marquinhos Trad e diversos secretários municipais. (Foto: Paulo Francis)
Coletiva sobre a dengue teve participação do prefeito Marquinhos Trad e diversos secretários municipais. (Foto: Paulo Francis)

A Prefeitura de Campo Grande anunciou hoje que pode decretar estado de emergência na Capital, devido ao aumento do número de notificações de dengue. Entre janeiro e fevereiro, mais de 5700 casos foram notificados. As informações foram divulgadas em coletiva de imprensa na tarde desta segunda-feira (25) com a presença do prefeito Marquinhos Trad, o secretário municipal de Saúde Pública Marcelo Vilela e titulares de outras pastas.

Hoje, a cidade apresenta 294 notificações para cada 100 mil habitantes - o Ministério da Saúde classifica como epidemia quando atinge-se 300 para cada 100 mil. Por isso, a preocupação. "Não estamos com os elementos para decretar epidemia. Mas, acreditamos que vamos superar os 300".

O decreto de estado de emergência dura por 180 dias, mas antes da decisão, a prefeitura fez consulta junto ao Ministério da Saúde, para saber se enquadra, e a resposta do órgão deve ser dada em uma semana. Com a medida, a Prefeitura terá mais agilidade para comprar medicamentos e insumos, bem contratar mais médicos, pois não há necessidade de licitação.

O número de notificações registrados em 2019 é menor que o observado no mesmo período de 2016 - última grande epidemia -, representando 29,5% das notificações registradas, que foram de 19.300. Entretanto, a prefeitura justifica o pedido de decreto de estado de emergência para se antever a uma grande epidemia. “A tendência é que esses números subam, como têm subido”, alertou Marquinhos.

“Há um risco iminente de uma epidemia. Estamos tomando todas as medidas, alertando a população, mas o município não consegue sozinho”, continua o prefeito, lembrando que 90% dos focos do mosquito Aedes aegypti são encontrados dentro das residências. Marquinho também ressaltou que aguarda decisão judicial de ação que solicita a entrada dos agentes de saúdes em imóveis fechados, onde pode haver muitos focos.

Além de ações da Prefeitura e da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública), outras secretarias integram o esforço conjunto contra a dengue. Durante a coletiva, Vilela relembrou dois anos se passaram com números irrisórios de casos da doença, mas “este ano voltou com uma certa força”.

“Aumentaram muito as notificações e a Sesau reforçou com os laboratórios e profissionais para que haja mais agilidade nos diagnósticos e no tratamento”, diz o titular Vilela.

A Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) integra o esforço através das vistorias em terrenos. Segundo o secretário Luiz Eduardo da Costa, neste ano já são acumuladas 625 notificações de terrenos para vistorias.

O alerta chega também aos alunos da Reme (Rede Municipal de Ensino). Segundo Elza Fernandes, titular da Semed (Secretaria Municipal de Educação), a intenção é que os alunos façam as informações chegarem aos pais. “Estamos intensificando as ações nas escolas nas regiões onde têm mais notificações. Os trabalhos estão sendo feitos com gincanas e distribuição de panfletos para que alunos passem as informações para os pais”, informa.

Ainda, a Sisep (Secretaria Municipal De Infraestrutura E Serviços Públicos) participa da força-tarefa com a remoção do lixo constatado nos terrenos. “Está sendo intensificado o trabalho com 18 caminhões e 7 pás-carregadeiras para que recolham os entulhos”, descreve Rudi Fiorese, titular da Sisep.

Completando o conjunto, está a SAS (Secretaria Municipal de Assistência Social). “Estão sendo feitos feitos mutirões aos sábados, levando informações e ações nos Cras (centros de referência de assistência social)”, informou o secretário José Mário Antunes da Silva.

Uma das medidas já tomadas pela Sesau foi adicionar mais 15 médicos à equipe de emergência que normalmente conta com 15 profissionais, que são enviados às unidades de saúde que apresentam maior demanda. 

Os locais de Campo Grande com mais focos do mosquito Aedes aegypti são as regiões dos bairros Universitário, Cidade Morena, Lagoa Itatiaia, Jardim Paradiso, Vida Nova, Amanbaí, Autonomista, Estrela Dalva, Maria Aparecida Predrossian, Tiradentes, Cohab, Jockey Club e Sírio Libanes.

O vereador Hederson Fritz Morais da Silveira afirmou que “amanhã a Comissão de Saúde da Câmara vai fazer reunião de emergência para discutir ações que podem ser feitas emergencialmente”. Segundo ele, a sorologia que mais comum nos casos confirmados deste ano são os do Tipo 2, que é o mais grave, que afeta principalmente crianças co menos de 10 anos e idosos.

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