Com 6 milhões de m² e 10 mil empregos, grupo nasceu com betoneira emprestada
Em Campo Grande, onde está há 35 anos, a Plaenge ergueu 66 edifícios
Responsável por construir seis milhões de metros quadrados e com geração de 10 mil empregos, a Plaenge, que chega aos 35 anos em solo campo-grandense, nasceu em 1970, no Paraná, numa versão bem mais modesta.
Era uma pequena sala, com duas máquinas de escrever, uma betoneira (máquina misturadora de concreto) emprestada e capital equivalente a R$ 5 mil. Ali estava o sonho de Ézaro Fabian, fundador do Grupo Plaenge, à época um jovem engenheiro.
Primeiro, a empresa se destinou à construção industrial e, depois de expandir para incorporação imobiliária, credita o bom desempenho a expertise em engenharia.
“Somos uma empresa de construtores. Muitas vezes as pessoas no veem pela incorporação imobiliária, mas, de verdade, a gente nasceu com a construção industrial. No Brasil, 60% das fábricas de Coca Cola foram construídas pela Plaenge. É um grande parceiro nosso”, afirma a superintendente Valéria Gabas.
A cartela de clientes neste segmento inclui lojas das Americanas e prédios para o Banco Itaú e Sicredi. A empresa é responsável por 430 empreendimentos em nove cidades brasileiras (Curitiba, Londrina, Maringá, Cuiabá, Campo Grande, São Paulo, Campinas, Porto Alegre e Joinville) além de 37 obras no Chile.
Em Campo Grande, aonde chegou em 1988, a construtora ergueu 66 edifícios, sendo cinco torres comerciais. “O primeiro prédio da [Rua] Bahia para cima, fomos nós que fizemos”, lembra o diretor Édison Holzmann. As marcas são Plaenge, focada no alto padrão, e Vanguard, voltada ao público jovem.
Para atender o gosto do cliente, o grupo desde 2019 passou a atuar também em loteamentos horizontais. São dois empreendimentos no Jardim Veraneio, região da Chácara dos Poderes. Com plano de expansão para mais sete.
De acordo com Daniela Soares, gerente regional de desenvolvimento urbano, a projeção é que dentro de cinco anos a arrecadação com o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) pela prefeitura chegue a R$ 30,4 milhões, advindo dos lotes, que antes tinha matrícula única. Em 2018, o imposto das áreas resultava na arrecadação de R$ 138 mil aos cofres do poder público.
Uma das compensações será a obra de viaduto, orçado em R$ 25 milhões, na BR-163, perto da Uniderp Agrárias. São R$ 16 milhões em contrapartida ao município em função de um condomínio, que trará um “boom” de moradores e de trânsito na região, e R$ 9 milhões a título de investimento.
A Plaenge já tem autorização da CCR MS Via, concessionária que a administra a rodovia 163, e aguarda que a prefeitura conclua as desapropriações das áreas. A expectativa é que a construção comece no segundo semestre deste ano.
Decorados – Na Central de Apartamento Decorados, em Campo Grande, a reportagem visitou imóvel com custo de milhões.
Com 346 metros quadrados, equivalente a sete apartamentos populares (47 metros quadrados), o local tem o elevador já no hall de entrada. A decoração exibe peças de artistas plásticos renomados, com a possibilidade de descansar, com vista para o Parque das Nações, numa cadeira de balanço assinada por Oscar Niemeyer.
A música ambiente traz delicadezas, como o som mais grave na sala e mais sutil nos aposentos. A um toque, a cortina da suíte se abre, com possibilidade de automatização de todo o imóvel.