Com 6 vítimas, polícia alerta para golpe de falsas vagas de emprego na Capital
Golpistas têm entrado em contato para oferecer emprego, mas exigem pagamento para participar de seleção
De acordo com a Polícia Civil, foram registrados seis boletins de ocorrência contra golpes de falsas vagas de emprego só neste ano. As oportunidades são oferecidas pelos golpistas de diferentes maneiras, mas sempre pela internet e com benefícios encantadores. No entanto, especialista ouvido pela reportagem alerta: quem cobra para participação em processos seletivos é estelionatário, ressaltou o advogado trabalhista Renato Miyasato.
A fisioterapeuta Jéssica Guimarães da Silva, de 29 anos, quase foi vítima do estelionato, mas evitou prejuízos após pesquisar sobre o assunto.
Ela explicou que acharam os dados dela na plataforma on-line InfoJobs, onde há troca de informações entre quem procura uma vaga e quem oferece. Um sujeito a contatou por telefone e afirmou ser médico titular do Hospital Militar de Campo Grande, oferecendo uma vaga para fisioterapeuta plantonista na unidade.
A empolgação de Jéssica pela oportunidade acabou quando o suposto médico exigiu que ela fizesse dois cursos preparatórios, pelo custo de R$ 500, para participar do processo seletivo.
“Só que para concorrer a essa vaga, eu teria que fazer um curso de primeiros socorros e de segurança do trabalho. Aí, eu disse que tenho isso na minha grade horária, só que tentaram fazer minha cabeça. Ele me passou o contato de outro cara e disse que eu já teria que pagar R$ 500, que ele ia me dar o certificado antes de eu terminar o curso, para eu conseguir concorrer a vaga”, relatou.
O golpista oferecia salário de R$ 4 mil e chegou a passar o endereço onde ela deveria comparecer para a entrevista após pagar os R$ 500. “Mas achei muito estranho, porque eu não me candidatei para nada e ele estava me agilizando muito rápido. Aí, fui pesquisar na internet e vi que tinha muitas pessoas reclamando desse golpe”, disse.
O advogado Miyasato alertou que é proibido exigir qualquer valor para participar de uma entrevista de emprego, seja para preencher formulário ou realizar cursos. “Quem comete esse crime é um estelionatário”, pontuou.
Desta forma, o profissional orienta que as vítimas sempre procurem a polícia e registrem boletim de ocorrência.
“O trabalhador tem direito de receber o valor pago e indenização por danos morais do estelionatário. Nunca da empresa, que supostamente teve seu nome envolvido, mas não participou do esquema”, explicou.
Golpe antigo - No ano passado, o Campo Grande News já havia alertado sobre esquema parecido, pelo menos 20 pessoas pagaram R$ 28,00 para concorrer a vagas de emprego anunciadas na internet.
A promessa era de salário inicial de R$ 1.227, além de benefícios como FGTS, férias, transporte, aviso prévio e ticket alimentação.
Na época, uma das vítimas, de 20 anos, que preferiu não se identificar, contou que trabalhava em uma padaria, porém está desempregada e procurando trabalho desde o dia 4. “Enviei currículo para vários lugares e apareceu essa oportunidade. A conversa toda era por WhatsApp ou e-mail. Um e-mail bem feito, difícil de desconfiar. Depois, pediram para pagar R$ 28 do exame, pediram os dados pessoais e passei.”