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Capital

Com aditivos, contratos de empresa investigada saltaram para R$ 37 milhões

A Engenex foi alvo de ação que apura fraudes em manutenção de vias sem asfalto

Aline dos Santos | 17/06/2023 10:55
Gaeco foi à Secretaria Municipal de Infraestrutura durante operação na 5ª feira. (Foto: Henrique Kawaminami)
Gaeco foi à Secretaria Municipal de Infraestrutura durante operação na 5ª feira. (Foto: Henrique Kawaminami)

Nascidos com valor total de R$ 5,6 milhões em 2018, dois contratos da prefeitura de Campo Grande com a Engenex Construções e Serviços saltaram para R$ 37 milhões após aditivos. A empresa foi um dos alvos da operação Cascalhos de Areia, realizada na última quinta-feira (dia 15) pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), braço do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul)

Autorizada pela 3ª Câmara Criminal do TJ-MS (Tribunal de Justiça), a ação investiga contratos de R$ 300 milhões da prefeitura de Campo Grande.

A apuração é sobre crimes de peculato, corrupção, fraude à licitação e lavagem de dinheiro, relativos a contratos para manutenção de vias não pavimentadas e locação de maquinário de veículos.

De acordo com o Portal da Transparência do município, a Engenex Construções e Serviços Eireli firmou dois contratos em 2018 com a Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) para manutenção de vias não pavimentadas.

Contratos da prefeitura com a Engenex em 2018. (Foto: Reprodução/Portal da Transparência)
Contratos da prefeitura com a Engenex em 2018. (Foto: Reprodução/Portal da Transparência)

O primeiro, celebrado em 27 de julho de 2018, tinha valor inicial de R$ 2.331.229,37, mas, ao longo dos anos, foram mais R$ 12.210.921,22 em aditivos, perfazendo valor total de R$ 14.542.150,59. O trabalho era na região urbana do Imbirussu, que inclui os bairros Santo Amaro, Vila Sobrinho, Panamá, Vila Popular, Nova Campo Grande e Indubrasil.

Ao todo, foram cinco aditivos, que empurraram a validade do contrato até 2022, a cada renovação, se pagava mais R$ 2,3 milhões. Os documentos sempre eram assinados pelo empresário Mamed Dib Rahim, no papel de representante da empresa. Mas, em 12 de maio de 2021, a empresa mudou a razão social, passando a ser chamada Engenex Construções e Serviços Ltda. O último aditivo foi assinado por Edcarlos Jesus Silva.

Mamed Dib Rahim e Edcarlos Jesus Silva também foram alvos da operação Cascalhos de Areia.

O segundo contrato da Engenex com a prefeitura em 2018 tinha valor inicial de R$ 3.448.107,58. Mas com R$ 19.183.074,29 em aditivos, totalizou R$ 22.631.181,87. A concorrência pública foi para manutenção de vias não pavimentadas na região urbana do Lagoa, formada por Taveirópolis, Bandeirantes, Caiçara, União, Leblon, Tijuca, São Conrado, Caiobá.

Nos dois contratos, a responsabilidade técnica era do arquiteto e urbanista Ariel Dittmar Raghiant, que é um dos proprietários da Coletto Engenharia, também alvo da operação.

Em fevereiro, Karoline Duailibe, 27, reclamou da falta de asfalto e cascalho no Tijuca; relatou ao Campo Grande News que anda 4 km com os filhos até a casa da babá. (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)
Em fevereiro, Karoline Duailibe, 27, reclamou da falta de asfalto e cascalho no Tijuca; relatou ao Campo Grande News que anda 4 km com os filhos até a casa da babá. (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)

Engenex - Na Receita Federal, os donos da Engenex são Edcarlos Jesus Silva e Paulo Henrique Silva Maciel. A empresa foi aberta em 2011 e tem capital social de R$ 950 mil. A principal atividade é a construção de prédios.

A empresa tem 38 atividades secundárias, como paisagismo, limpeza, locação de mão de obra, aluguel de máquinas, coleta de resíduos e construção de rodovias.  A reportagem não conseguiu contato com a defesa dos citados.

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