Com alta demanda, janeiro supera expectativas em oficinas mecânicas
Motor e injeção eletrônica lideram problemas de veículos, além de quem busca revisão
O mês de janeiro tem sido surpreendente para os mecânicos quando o assunto é a procura de clientes. De praxe, o começo do ano é marcado pela alta demanda e a maioria garante que 2025 já superou as expectativas. Problemas no motor, injeção eletrônica e até revisões para viagens têm deixado as oficinas lotadas na Capital.
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Mecânicos de Campo Grande relatam um janeiro surpreendentemente movimentado, com demanda superior à esperada. Problemas com motor, injeção eletrônica (muitos atribuídos a combustíveis adulterados) e revisões pré-viagem estão lotando as oficinas. A alta procura é observada em diversos bairros, com alguns mecânicos trabalhando aos sábados e outros precisando recusar clientes devido à grande demanda. A situação é atribuída a uma combinação de fatores, incluindo o aumento de viagens pós-temporada e a má conservação dos veículos, especialmente aqueles usados por motoristas de aplicativos.
Proprietário de uma oficina no Bairro Bosque da Esperança, Sérgio Paulo Paiva, de 48 anos, é um dos mecânicos que está contente com o movimento do público nessas primeiras semanas do ano. “Tenho que agradecer a Deus, começo do ano lotado, só tenho trabalhado agendado e inclusive no sábado”, conta.
Para poder dar conta do serviço, ele passou a abrir aos sábados, o que não fazia antes. Mecânico há 37 anos, Sérgio tem tido uma média que varia de 12 a 10 clientes no dia. “Cheguei a mexer até 20”, afirma.
A maioria dos carros, conforme ele, tem apresentado os mesmos problemas. “O que acontece muito são problemas por causa de combustíveis adulterados”, explica. Bicos injetores e cabeçotes também têm sido os maiores vilões dos condutores que começaram o ano gastando com o carro.
Nos últimos anos, não tem faltado serviço no mês de janeiro para Sérgio. Apesar da primeira quinzena de 2025 não ter terminado, o mecânico garante que esse ano se destacou ante aos anteriores.
Outra surpresa, de acordo com ele, foram os pedidos de revisão por parte dos clientes que planejam viajar. “Acontece porque às vezes alguns não viajam na temporada e deixam para viajar depois. Eu tenho ficado surpreso por essas revisões de fora da temporada”, completa.
Na Avenida Júlio de Castilho, Fábio Echeverria, de 49 anos, também está trabalhando com a agenda cheia. Por dia, o mecânico mexe em pelo menos três carros e a maioria tem apresentado as mesmas complicações. “O problema é de suspensão e também o que está sendo crônico é de injeção eletrônica por conta do combustível adulterado”, esclarece.
Ele avalia que este mês trouxe mais clientes do que o habitual e que essa procura tem refletido em outros estabelecimentos. “Esse ano está sendo melhor que os outros anos, temos uma frequência de lotação. [...] Todas as oficinas estão lotadas”, destaca.
Vanderlei Santos, de 26 anos, é gerente em uma oficina mecânica no Centro de Campo Grande. Ele comenta que o movimento constante é em razão das revisões pré-viagem. “A gente está até surpreso com a procura porque esse mês o pessoal está voltando de férias, mas alguns estão saindo para viajar”, fala. Com seis a oito carros por dia na oficina, a maioria dos clientes tem feito troca de pneu, alinhamento e balanceamento para poder colocar o veículo na estrada com tranquilidade.
Já no Bairro Jardim Santa Emília, Juliano Valente, de 43 anos, relata que a procura aumentou tanto a ponto de ele precisar dispensar alguns carros que chegam à oficina mecânica. “Às vezes, o cliente está com muita pressa. Dependendo do tipo de serviço, não conseguimos atender, porque a demanda está alta”, pontua.
A maioria dos carros, conforme o mecânico, apresenta as mesmas falhas. “Os clientes não dão revisão nos carros e tendem a quebrar algumas coisas. A parte de suspensão também porque as ruas estão muito ruins, então assim danifica muito”, declara.
Automóveis usados por motoristas de aplicativo também estão entre os principais clientes de Juliano. “O desgaste dos carros aumentou muito, então aumentou mais o serviço para a gente”, conclui.
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