Com atrasos desde 2016, Governo deve R$ 19,6 milhões para Prefeitura
Segundo dados da prefeitura, média e alta complexidade deixou de receber R$ 16,3 mihões; Estado diz que dívida gira em torno de R$ 4 milhões a R$ 5 milhões
Com repasses do Governo do Estado atrasados desde 2016 e um defict de R$ 19.678.683,50 o responsável pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública), Marcelo Vilela, faz o ele chama da 'malabarismo' para conseguir arcar com as despesas dos hospitais e postos de saúde de Campo Grande.
"Vamos fazendo malabarismo, administrando do jeito que dá. Tenho notificado, pedindo para pagar e conversando. Eles também estão em crise", disse Marcelo.
Conforme relatório da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) os atrasados são do último quadrimestre de 2016 a junho de 2017. Para a Atenção Básica de Saúde, a dívida é de R$ 2.349.018,80. No bloco da média e alta complexidade o valor é maior, são R$ 16.345.161,38 sem pagar, com atrasos desde outubro de 2016.
Para a Santa Casa de Campo Grande, o Governo do Estado deixou de enviar a Sesau R$2.650.000,00, referentes aos meses de maio e junho de 2017. Para o Hospital São Julião são R$ 294 mil atrasados.
De acordo com Vilela, quando assumiu a gestão o deficit do governo era em torno de R$ 23 milhões e chegou diminuir para R$ 13 milhões, mas voltou a crescer. Ele relatou que nos quatro primeiros meses da gestão estava conseguindo arcar com as despesas com o tesouro municipal e com verbas passadas pelo Governo Federal, mas a receita tem diminuído gradativamente.
"Com IPTU no inicio do ano nós estávamos arrecadando mais, só que a receita vem caindo. Não vamos conseguir mais pagar. Vamos administrando do jeito que dá, a saúde não pode parar. Campo Grande tem gestão plena, nós recebemos das fontes para pagar as unidades", afirmou.
Os atrasos do Governo do Estado incluem a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do bairro Universitário, Apae (Associação dos Pais e Amigos do Excepcionais), Hospital Universitário e Assistência Farmacêutica.
Outro lado - O secretário de Saúde do Estado, Nelson Tavares, a dívida gira em torno de R$ 4 milhões a R$ 5 milhões. "Os demais pagamentos são fluxo de caixa. A prefeitura esta adiantando pagamento por conta própria. A SES (Secretaria do Estado de Saúde) primeiro recebe a prestação do serviço, depois a prestação de contas e assim paga", declarou.
Ele explicou que demora em média três meses para a efetivar o pagamento. "A Santa Casa, por exemplo, presta serviço em maio, manda a prestação de contas em junho e pagamos em julho. Isso é fluxo normal de caixa. A prefeitura gasta anualmente R$ 1,2 bilhões na saúde, deste valor apenas R$ 80 milhões é repassado pelo Governo do Estado. Essa dívida não tem representatividade no caixa. São 6% do valor total", afirmou.