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Capital

Com clientes "caroços", comerciantes alegam baixa procura por Black Friday

Apesar do termo, lojistas lembram que caroços são sementes, portanto, precisam ser plantados e semeados

Natália Olliver | 27/10/2022 14:45
População campo-grandense na Rua 14 de julho (Foto: Natália Olliver)
População campo-grandense na Rua 14 de julho (Foto: Natália Olliver)

A pouco mais de um mês para a famosa Black Friday, que acontece na última semana de novembro, normalmente no dia 25, comerciantes do centro da Capital sul-mato-grossense relataram ao Campo Grande News que o interesse do público com as ofertas do período estão baixas e que clientes caroços são os que mais aparecem, ou seja, aqueles que entram nas lojas, olham os produtos, mas compram nenhum.

Apesar do termo, os lojistas lembram que o caroço é uma semente, portanto, se plantada adequadamente ela pode florescer e frutificar. Ação que pode fazer toda diferença na hora de fidelizar um comprador.

Mayson Ponce, de 37 anos, gerente da loja Takata, disse que atenção e cuidado geram conexão. “Às vezes é o momento que ele está pesquisando e comparando, então, naquele momento ele não compra, mas vai saber onde tem e os melhores preços. A gente trata com cuidado esse cliente que se ele for bem atendido ele retorna. A gente não pode espantar ele. O caroço a gente tem que semear, jogar na terra e deixar brotar”, pontuou.

Ele acrescentou que na loja os clientes têm perguntado bastante sobre as ofertas, visto que a maioria dos produtos entram em promoção no período. “Pessoal está vindo perguntar porque a nossa Black é bem forte. Não é Black fraude, a promoção acontece, nós marcamos de verdade o produto. Então a população começa a se acostumar com as lojas que realmente fazem a promoção e aquelas que só colocam o preço amarelo e falam que está na promoção”.

Mayson Ponce na Loja onde é gerente, em Campo Grande (Foto: Natália Olliver)
Mayson Ponce na Loja onde é gerente, em Campo Grande (Foto: Natália Olliver)

De acordo com o gerente, as expectativas para a Black Friday deste ano são altas quando comparadas ao ano passado. “A gente tem a perspectiva de que vai aumentar muito esse ano. Acredito que vai ser maior, porque agora não tem mais o medo da Covid. Ano passado a gente percebeu, na própria Black, que o pessoal ficava isolado, evitava o contato. Agora, isso acabou! Acreditamos que a galera vai ter mais coragem de ir pro centro para comprar”, finalizou.

Para o vendedor de eletrônicos e eletrodomésticos, das Casas Bahia, Júlio César, o movimento em relação a Black Friday tem sido baixo. “Está bem parado, poucas pessoas estão procurando. O cenário foi muito bom no ano passado. Até uns três meses antes da Black já estavam procurando para ver as ofertas, se tinha muita coisa com desconto maior. Acho que o pessoal deve esperar até a data esse ano”, disse.

Júnior Santos, de 24 anos, é supervisor de loja Studio Z do centro de Campo Grande e também afirmou que os clientes caroços são a maioria. Apesar disso, muitas pessoas tem perguntado sobre as promoções do final de novembro. “Tem bastante clientes que entram e acabam não levando. Essa semana falei com um que alegou que não compra por falta de estacionamento. São coisas que importam”, ressaltou.

Outro motivo para a queda dos clientes na loja, além das obras do centro da cidade, foi a pandemia de Covid-19. Júnior evidenciou que as expectativas com a Black Friday são enormes e uma tentativa de recuperar os clientes.

Júnior Santos durante o trabalho, em Campo Grande (Foto: Natália Olliver)
Júnior Santos durante o trabalho, em Campo Grande (Foto: Natália Olliver)

“A gente sente o efeito ainda hoje e, querendo ou não, as obras aqui em volta prejudicaram um pouco e a gente perdeu bastante cliente. Mas a expectativa é boa. Que as vendas deem uma alavancada maior que a do ano passado. Porque teve bastante fluxo, movimento dentro de loja, mas não tivemos uma venda tão boa quanto as desse ano. Esse ano já conseguimos superar, por isso achamos que na Black vai ser boa. Estamos apostando tudo”, disse.

Já José Ronildo da Silva, de 51, gerente da loja Gazin, afirmou que a procura pelas promoções ainda não começou. “Ano passado foi mais ou menos assim, pessoal começa a se planejar a partir do dia 2 de novembro, então quando chega no mês e os clientes vêm os preços acaba dando uma animada. No momento de sazonalidade, o que tem trazido mais clientes é a Copa do Mundo que propriamente a Black. Estamos com promoção de televisores por causa da Copa, com algumas condições de pagamento”, pontuou.

Propaganda enganosa -  O Procon-MS (Superintendência para Orientação e Defesa do Consumidor) evidenciou que empresas de Mato Grosso do Sul que fizerem propagandas enganosas para atraírem clientes na Black Friday, tanto nas lojas físicas como na internet, poderão ser multadas em até R$ 9 mil.

O órgão preveniu clientes sobre a data e ensinou como identificar os valores ilusórios. Uma das estratégias adotadas é anotar o preço de cada produto de interesse para comparar com o valor ofertado nos dias da promoção.

Em 2021, conforme já publicado pelo Campo Grande News, o Procon-MS recebeu 107 denúncias, sendo que 36 tiveram aberturas de reclamações e 42 orientações em lojas.

Denúncia - O superintendente da pasta, Rodrigo Bezerra, explicou como fazer a denúncia ao departamento. "A pessoa pode ir até a nossa unidade, ou registrar a denúncia no site do Procon. É só acessar a plataforma e escolher a opção 'faça aqui sua reclamação'. Também é possível ligar para o nosso canal, no 151. Depois, a empresa será notificada, se for na Capital iremos até o estabelecimento, se for no interior, a gente faz a notificação”.

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