Com fim de arbustos espinhosos, problema agora são árvores invadindo a calçada
Moradores querem calçada de concreto e fim de matagal atrapalhando a passagem em trecho de acesso ao bairro
Oito meses após reclamação de arbustos da planta coroa-de-cristo, que ocupavam parte da calçada da Avenida Marinez de Souza Gomes, ao lado do muro do Residencial Damha 2, o obstáculo foi retirado, mas a dor de cabeça dos moradores do Parque Residencial Maria Aparecida Pedrossian continua. No lugar da planta espinhosa, agora os pedestres e ciclistas precisam enfrentar o monte de areia que ficou na calçada.
Além disso, os moradores reclamam de problemas de acessibilidade por causa do matagal alto, trânsito tumultuado, condutores que não respeitam o limite de velocidade e alagamentos em dias de chuva. Do outro lado da via, boa parte do alambrado, que delimita a área de preservação e a calçada, também está danificados, e as árvores crescem e invadem a passagem dos pedestres.
A manicure Jussara Padilha Viana, 62, pontua que quando o mato cresce demais na calçada, fica impossível passar, além de citar o trecho em que costumavam ficar os arbustos de coroa-de-cristo, onde não é possível passar pois não é plano.
Ela também observa que faltam bueiros para escoar a água da chuva e sinalização eletrônica para conter os carros, que transitam em alta velocidade. “Quando chove, alaga, as pessoas não têm uma calçada para andar. Na segunda curva [de acesso ao bairro], já vira um aguaceiro. Tem vezes que não dá pra passar o carro”.
A manicure questiona a viabilidade de construir uma ciclovia no trecho, além de uma calçada de concreto, para diminuir os riscos de ciclistas e pedestres no trânsito, e cita o exemplo do Parque dos Poderes, que também é uma área de preservação e possui ciclovias. “Aqui precisa de uma ciclovia, porque as pessoas morrem, batem, quebram, assim como já morreu uma pessoa ali. Então eu acho que tem que ser tomada uma providência”.
O motoboy Luciano Junior, 58, conta que transita pela rua com cautela, pois sabe que muitos pedestres e ciclistas passam pelo asfalto para desviar dos obstáculos. Ele reclama que os condutores também não respeitam a velocidade máxima do trecho, que é 40 km/h. A solução, de acordo com o motoboy, seria a instalação de fiscalização eletrônica no trecho. “Uma lombada eletrônica vai mexer com o bolso dos motoristas”.
Luciano também reclama que não há muitos bueiros ao longo do trecho, e por isso ali alaga bastante. “Quando chove, tenho que passar com os pés levantados, na curva de baixo e na curva de cima alaga tudo”.
A dona de casa Basília Almeida, 60, comenta que o bairro possui muitas crianças, idosos e animais de estimação, que correm risco de atropelamento, pois os condutores não respeitam a velocidade do trecho. “Os motoqueiros passam por aqui como loucos. É muito perigoso, os motoristas não respeitam, passam em alta velocidade, não tem calçada para os moradores passarem”.
Segundo o representante da associação de moradores do bairro, Jânio Batista de Macedo, de 64 anos, em dezembro de 2023, os moradores reuniram fotos e relatos em um documento, encaminhado ao Ministério Público, para pedir para o órgão investigar e buscar providências para resolver o problema do trecho.
No documento, foi requisitada a recuperação do alambrado, melhoria na calçada, sistema eletrônico de controle de velocidade e mais placas alertando a travessia de animais.
“Quase toda semana tem morte de animais, já teve acidentes, atropelamentos. Por ser uma via sinuosa, os moradores, para irem para o Tiradentes, para ir trabalhar no Damha, ou para ir para a cidade, às vezes de bicicleta, ou a pé, precisam usar a calçada. A calçada sempre está com o mato elevado, tem árvores que saem de dentro do alambrado, ou já está crescendo ali na calçada e não permite os moradores andarem”, finaliza.
A reportagem procurou a Prefeitura de Campo Grande para levar os questionamentos e reclamações dos moradores do Parque Residencial Maria Aparecida Pedrossian. Por meio de nota, a Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) informou que irá verificar a situação no local.
No entanto, a pasta ressalta que calçadas são de responsabilidade dos proprietários. "[...] Iremos adotar os procedimentos necessários e que forem da competência do município para atender da melhor forma possível os usuários da via", encerra o texto.
[ * ] Matéria alterada às 19h57 de 23/3/2024 para retorno da administração municipal.
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