Com lixeiras menores, sacos tomam conta de calçadas e comércio pede contêineres
A revitalização da região foi aprovada, mas a substituição das lixeiras não agradou moradores e comerciantes

A recente reforma do centro de Campo Grande trouxe novidades e mudanças para a região, mas nem todas foram bem recebidas pelos moradores e comerciantes locais. Enquanto a revitalização do espaço foi amplamente apreciada, a substituição e redução de de lixeiras gerou questionamentos.
Anteriormente, a Prefeitura disponibilizava contêineres, conhecidos por sua capacidade de abrigar uma grande quantidade de resíduo, apesar de visualmente ruins. De acordo com moradores, além de servirem como uma forma eficaz de separar lixo orgânico e reciclável, essas lixeiras contribuíam para a manutenção da limpeza urbana. Mas eles têm sumido.
Um dos moradores afetados foi o aposentado Almir Machado Guimarães, de 48 anos, que relata as lixeiras foram retiradas de “surpresa”. "A gente podia descartar material orgânico e simplesmente retiraram sem avisar. Liguei na Solurb e eles disseram que a Prefeitura suspendeu o serviço”, relata.
De acordo com Almir, os contêineres estavam disponíveis na área do Mercado Municipal, na Praça Ary Coelho e no cruzamento das ruas Marechal Rondon e 13 de Maio. Com a falta deles, o aposentado afirma que tem dificuldades de descartar resíduos de poda e jardinagem.
Eu tenho jardim, toda a poda eu descartava ali. Antes, eu levava para um lugar de compostagem perto do Leblon, mas é longe. Esse é um serviço importante para gente que está no Centro", explica Almir.
O administrador e morador da região central, Arnaldo Cunha, de 51 anos, também relata que ficou insatisfeito com a remoção das lixeiras. Ele também relata que lixeiras destinadas a resíduos orgânicos e recicláveis desapareceram das ruas sem aviso prévio.

“Sumiram as lixeiras entregues nas ruas do centro de Campo Grande e ninguém consegue vê-las disponíveis onde elas deveriam estar. Eram duas a cada esquina e desapareceram. Era uma verde para produtos orgânicos e uma marrom para produtos recicláveis”, comenta Arnaldo.
O relojoeiro Walter Isídio de Souza, de 58 anos, também notou a ausência das lixeiras e ressaltou a necessidade de maiores para atender à demanda da região. “Há uns dois meses, tinha uma dessas lixeiras nas esquinas. Eram duas, mas sumiram. As lixeiras maiores fazem falta, porque essas menores não suprem a demanda. Precisa pelo menos ter uma maior desse tipo”.
A reportagem também percorreu alguns pontos da região central da cidade e observou que em determinados locais, as lixeiras do tipo contêiner não estavam mais presentes. Devido à ausência de espaços para acomodar resíduos volumosos, alguns desses pontos exibiam sacos de lixo dispostos nas calçadas.

Outros problemas - Com a execução das obras de revitalização do centro, as lixeiras originais para a população, que ficavam em postes, foram substituídas por recipientes fixos de menor capacidade, sob estrutura de pedra.
No entanto, mesmo com o aspecto muito mais bonito e "moderno", a questão do lixo no chão persiste como um problema, como apontado por comerciantes locais.

Para o pipoqueiro Isaque Barbosa, que trabalha na Praça Ary Coelho há 56 anos, o maior problema é o comportamento de quem passa pelo local. “O pessoal acaba jogando o lixo no chão. Acho que a falta maior é de educação, mais do que a falta de lixeiras”, opina.
Isaque também reforça que houve uma redução das lixeiras tipo contêiner e que há uma falta de uma identificação adequada nas novas estruturas. “Na esquina da praça ainda tem, mas parece que na Igreja Santo Antônio não tem mais. Era um local que tinha. Então eu notei que deu uma diminuída sim. E agora tem essas menores, mas elas não têm identificação. Acho que precisa indicar melhor que é uma lixeira”, comenta.

Por outro lado, o sorveteiro Celso Henrique, que atua há 25 anos na área, destaca a presença de lixeiras tipo contêiner na proximidade da Praça Ary Coelho. Ele também enfatizou que algumas dessas estruturas têm sido alvo de vandalismo.
“Teve algumas lixeiras que eu já vi que colocaram fogo nelas. Então pode ter sido um causa de ter tirado, mas agora voltou. Eu nunca vi faltar lixeira aqui perto”, comenta Celso.
Substituição - A reportagem buscou esclarecimentos junto à Prefeitura sobre os motivos da substituição das lixeiras e se há planos para implementar um novo sistema de coleta. Entretanto, até o fechamento desta matéria, não obteve resposta. O espaço segue aberto.
Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para entrar na lista VIP do Campo Grande News.
